Destacado educador e defensor da bandeira da educação católica, Teobaldo de Miranda Santos nasceu em 22/06/1904, em Campos dos Goytacazes (RJ). Foi casado com a professora Carmen Menezes Santos, com quem teve cinco filhos. Em sua cidade natal cursou o primário e o secundário no Liceu de Humanidades e na Escola Normal Oficial, mudando-se depois para Juiz de Fora (MG), onde se diplomou em Farmácia, Odontologia e Medicina Veterinária no Colégio Gramberry. Apesar de sua formação superior, foi no campo do ensino e da educação onde iniciou sua larga carreira. Após um breve período de docência em um primário em Manhuaçu (MG), retornou a Campos em 1928, lecionando no Colégio Nossa Senhora Auxiliadora e no Liceu de Humanidades, dirigindo este último. Foi também catedrático na Escola Superior de Agricultura e Veterinária e na Faculdade de Farmácia e Odontologia da mesma cidade. Na década de 1930, aproximou-se da Educação Católica, corrente que, em oposição aos escolanovistas encabeçados por Anísio Teixeira, exigia uma educação religiosa e conservadora dos dogmas e princípios tradicionais. Publicou diversos artigos e textos com este viés nos periódicos A Ordem e O Lar Catholico: revista social, religiosa, dedicada às famílias, compondo igualmente a Ação Católica e o Centro […]
Pioneiro da pediatria no Brasil, Leonel Gonzaga Pereira da Fonseca nasceu em 21/07/1885, na cidade de Pitanguy (MG), sendo filho de Luiz Gonzaga Pereira da Fonseca e de Rosa Cordeiro Maciel. Casou-se em 1909 com Celina Gomes. Estudou no Colégio Alfredo Gomes, formando-se depois na Faculdade Nacional de Medicina do Rio de Janeiro em 1908, com a tese “Das ictericias hemolyticas”. Subsequentemente, em 1912, passou a compor o quadro de professores da instituição, ocupando a cadeira de livre docente em pediatria, além de atuar na clínica da faculdade. Lá permaneceu ao longo de sua vida, afastando-se temporariamente a partir de 1938 quando, em função de um decreto que proibia a acumulação de cargos, foi exonerado, retornando posteriormente. No decorrer de sua trajetória acadêmica, publicou diversos livros e artigos em revistas científicas, tratando especialmente dos temas da alimentação e higiene infantil. Foi também autor de uma gramática de esperanto lançada em 1906. Ingressou no serviço público em 1916, ao tornar-se inspetor médico escolar da prefeitura do Distrito Federal, aposentando-se em 1955. Na ocupação do cargo, esteve à frente da gestão dos postos médicos pedagógicos, além de ter tido grande influência na criação do Departamento Nacional da Criança, em 1940. Sua relação […]
O General-de-Divisão Jonas de Morais Correia Filho nasceu em 21/09/1903, na interiorana Parnaíba (PI). Filho de Jonas Morais Correia e de Maria Firmina Ramos Correia, casou-se com Valmirina Ramos Correia e, em segundas núpcias, com Nilza Silva Correia. Do primeiro casamento nasceu seu filho Jonas de Morais Correia Neto, General e ex-Ministro-Chefe do Estado Maior das Forças Armadas. Militar de formação, foi anistiado e reintegrado ao Exército em 1930, após ter sido afastado pela sua participação na sublevação dos “18 do Forte’’ em 1922. Foi-lhe então facultado ministrar aulas na Escola Militar do Realengo enquanto catedrático de língua portuguesa, onde tornou-se colega do também professor Pio Borges de Castro. Este, a frente da Secretaria Geral de Educação e Cultura, nomeou Correia Filho para dirigir o Departamento de Educação Primária da prefeitura, onde puderam colaborar na elaboração de peças de propaganda de cunho nacionalista e militarista para ser difundida através do rádio. Em 1942, com a exoneração de Borges de Castro, Correia Filho foi escolhido para lhe suceder na pasta de educação e cultura, primeiramente para responder pelo expediente e depois como efetivo. Sua gestão pautou-se pelo prosseguimento das políticas de seu antecessor, tanto em relação à manutenção do quadro de […]
Filho de A. R. Tito, o militar e educador Artur Rodrigues Tito nasceu em 01/07/1881. Foi casado com Maria Velho Tito, com quem teve seu único filho, José de Velho Tito. Cursou a Escola Militar do Realengo, onde junto a diversos colegas se envolveu na sublevação militar ocorrida durante a Revolta da Vacina. Por esta razão, foi transferido para o Rio Grande do Sul, onde terminou os estudos e bacharelou-se em ciências físicas e matemáticas na Escola de Artilharia e Engenharia. Dentro do exército, galga diversos graus hierárquicos, alcançando o título de general de brigada na década de 1950. Já em 1913, retornou à Escola Militar do Rio de Janeiro, porém neste momento ocupando o cargo de docente, posto que manteve por mais de 30 anos até se aposentar. Traçou concomitantemente sua trajetória na administração pública, iniciada no outro lado da Baía de Guanabara ao ocupar o cargo de Secretário do Gabinete do Prefeito de Niterói Villanova Machado entre 1924 e 1927. Foi, contudo, na Secretaria Geral de Educação e Cultura do Distrito Federal onde dedicou a maior parte de seus anos. Dentro desta, foi nomeado por Pio Borges, seu colega de classe na Escola Militar, para o posto de […]
Nascido em berço de tradicional família no Estado do Ceará, foi no Rio de Janeiro que José Pio Borges de Castro construiu uma sólida carreira. O Coronel iniciou sua formação militar na antiga Escola Militar da Praia Vermelha, integrando sua última turma. Um dos alunos que aderiram ao evento histórico conhecido como Revolta da Vacina, fora expulso da instituição após a intentona de 14/11/1904, que findou suas atividades em virtude do ocorrido. Anistiado no ano seguinte, transferiu-se para a Escola Militar de Porto Alegre, onde, em 1908, concluiu o curso de Infantaria e Cavalaria, além de formar-se Bacharel em Matemática e Ciências Físicas. Anos mais tarde, sob a patente de Primeiro-Tenente, assumiria a cátedra de Geometria Analítica e Cálculo Diferencial e Integral da Escola Militar de Realengo, cujo rigor no ensino e avaliação o fez ser temido pelo corpo discente. Engenheiro habilitado, teve parte em importantes projetos urbanos, sendo a ele atribuída a projeção e construção do cais cicloidal da Glória, inscrito numa proposta maior de solucionar os frequentes problemas de ressacas marítimas enfrentados pelo Rio de Janeiro. Ademais, chefiou a Seção de Terraplanagem e Construção na cidade de Niterói (1913-1914), compôs o corpo de engenheiros responsável pelo arrasamento do […]
Expoente da ciência nacional, Joaquim da Costa Ribeiro nasceu no Rio de Janeiro, em 08/07/1906. Filho do juiz Antônio Marques da Costa Ribeiro e de Maria Constança Albuquerque da Costa Ribeiro, era neto do desembargador Joaquim da Costa Ribeiro, de quem herdou o nome. Casou-se com a francesa Jacqueline de Leers Costa Ribeiro em 1934, com quem teve nove filhos, incluindo o primogênito e também físico Sérgio Cristiano Costa Ribeiro. Estudou no Colégio Santo Inácio, formando-se em seguida engenheiro civil e engenheiro mecânico-eletricista pela Escola Politécnica da Universidade do Rio de Janeiro em 1928. No mesmo ano de sua formatura, Costa Ribeiro adentrou a Universidade do Rio de Janeiro na categoria de professor assistente, atingindo o grau de livre docente em 1933. Lá conheceu o físico alemão e também professor Bernhard Gross, que o influenciou e estimulou a seguir sua pesquisa no campo da física experimental. Os dois também compuseram conjuntamente o quadro docente da recém fundada Universidade do Distrito Federal. Com o fechamento desta, ingressou no Departamento de Física da Faculdade Nacional de Filosofia, criada em 1939. Lá, além de chefe do departamento, tornou-se professor catedrático de física geral e experimental em 1946. Paralelamente, exerceu o magistério em diferentes […]
Filho de Joaquim de Assis Ribeiro e D. Corina Fonseca de Assis Ribeiro, Paulo de Assis Ribeiro nasceu em 20/12/1096, na cidade do Rio de Janeiro. Formou-se engenheiro geógrafo (1928) e engenheiro civil (1930) pela Escola Politécnica, granjeando, em virtude da primeira colocação neste último, o Prêmio Morsing da instituição. Não obstante sua formação acadêmica, prestou contribuições da maior relevância aos campos da Educação e Economia, adotando por vezes uma prática interdisciplinar em sua carreira. Entre os anos de 1931 e 1932, dedicou-se a projetos organizacionais para a educação brasileira, primeiramente no exercício do cargo de Superintendente do Ensino Secundário do Ministério da Educação. Em 1934, assumiu, concomitantemente, a presidência da Associação Brasileira de Educação e a direção do Departamento Nacional de Educação. Em 1965, ficou responsável por coordenar o Grupo Misto de Trabalho do Ministério de Educação e Cultura e do Ministério do Planejamento para elaboração do Plano de Ação do governo no setor educacional. Dois anos antes, consagrara-se por seu importante papel articulador no processo de reformas do ensino na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, através da publicação do diagnóstico técnico “Reforma das Estruturas da PUC-Rio”. Em pleno período da ditadura civil-militar, onde acirravam-se as disputas […]
Filho de Clementino Rocha Fraga e D. Córdula de Magalhães Fraga, Clementino da Rocha Fraga nasceu em 15/09/1880, na cidade baiana de Muritiba. Concluiu todas as etapas de sua vida acadêmica em seu estado natal, graduando-se em Medicina em 1903, aos 22 anos, pela Faculdade da Bahia, em Salvador. Sua muito aclamada tese A Vontade, estudo psico-fisiológico acabou por lhe render o cargo de assistente da própria Faculdade, onde permaneceu por apenas 2 anos, até que recebesse notícia de sua classificação, em primeiro lugar, em concurso público para Inspetoria Sanitária da Capital Federal. Transferiu-se, então, para o Rio de Janeiro em 1906, onde, concomitantemente ao encargo público, exerceu atividade clínica nos bairros de Santa Cruz e Piedade. Na Inspetoria Sanitária teve a oportunidade de trabalhar ao lado do Dr. Oswaldo Cruz. Tendo na figura do médico sanitarista um de seus maiores mestres, anos depois viria a prestar homenagem póstuma ao Dr. com a publicação de Vida e Obra de Oswaldo Cruz (1972), biografia comemorativa de seu centenário de nascimento. De regresso à Bahia, foi classificado em concurso para professor substituto na sua Faculdade de formação, da qual tornou-se catedrático de clínica médica em 1914. Em 1913, foi enviado para representar […]
Afonso Augusto Moreira Pena Júnior, conhecido simplesmente por Afonso Pena Júnior, nasceu em 25/12/1879, no município de Santa Bárbara (MG). Filho do ex-Presidente da República Afonso Pena (1906-1909) e de Maria Guilhermina de Oliveira Pena, era irmão de Octávio Moreira Pena, que atuou na municipalidade como Diretor de Obras (1919-1920). Foi casado com Marieta Germano Pinto Pena, mãe de seu único filho, Helvécio Augusto Moreira Pena. Presidente da Aliança Liberal, Afonso Pena Júnior foi apoiador de primeira ordem da Revolução de 1930, compondo junto aos generais Mena Barreto e Tasso Fragoso a junta governativa instaurada após a vitória do movimento. Foi por esta razão escolhido para dirigir o Banco do Brasil e depois para o cargo de Procurador-Geral do recém criado Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Em função de sua experiência como Professor Catedrático de Direito Civil da Universidade Católica do Rio de Janeiro, foi escolhido pelo Secretário Geral de Educação e Cultura, Francisco Campos, seu antigo aliado político de Minas Gerais, para o posto de Reitor da Universidade do Distrito Federal (UDF). A gestão de Campos, iniciada após Anísio Teixeira ser exonerado ao sofrer acusações de apoiar o levante comunista de 1935, pautou-se pela reversão das políticas de seu antecessor. […]
De tradicional família mineira, filho do juiz Jacinto Álvares da Silva Campos e de Azejúlia de Sousa e Silva, Francisco Luís da Silva Campos nasceu em Dores do Indaiá (MG), em 18/11/1891. Foi casado com Lavínia Ferreira da Silva, mãe de suas duas filhas, relacionando-se posteriormente com Margarida Leite. Foi quando do afastamento de Anísio Teixeira da Secretaria Geral de Educação e Cultura, após os levantes de fins de 1935 propagados pela Aliança Nacional Libertadora (ANL), que Pedro Ernesto se viu compelido a escolher Francisco Campos para esta pasta. Um nome de destaque nos setores conservadores do país, e em função das reformas educacionais que havia realizado enquanto Secretário do Interior de Minas Gerais (1926-1930) e como Ministro de Educação e Cultura (1930-1932), sua gestão se pautou e se justificou pela reversão das medidas de seu antecessor na municipalidade. Foi por esta razão que se manteve no cargo durante a administração de Olímpio de Mello (1936-1937), após a detenção de Pedro Ernesto. A reorganização da educação carioca por Campos começou pelo que foi talvez o grande projeto de Anísio Teixeira e o maior desafeto dos setores ligados ao catolicismo e à direita: a Universidade do Distrito Federal. Sob a gestão […]
De família italiana, Miguel Timponi nasceu em 24/07/1893, na cidade de Juiz de Fora, Minas Gerais. Filho de Pedro Timponi e Thereza Spinelli Timponi, foi casado com Carmelinda Silva Timponi, com quem teve seis filhos. Concluiu ensino médio pelo Instituto Metodista Granbery de Juiz de Fora, onde, ao lado de Odilon Braga, foi sócio-fundador do Grêmio Literário Coelho Netto, associação discente da qual participaram importantes eruditos da época. Graduado em Direito, especializou-se em criminalística. No entanto, ao transferir-se para o Rio de Janeiro, em 1924, acabou por seguir carreira na área cível do Direito. Na política, atuou assiduamente, associando-se aos partidos Republicano e Social Progressista, presidindo este último. Em setembro de 1935, foi nomeado pelo prefeito Pedro Ernesto para assumir, em primeira mão, a recém criada Secretaria Geral do Interior e Segurança (em 02/09/1935, pelo Decreto nº 17 e em 09/09/1935 pela Lei nº 5.623). Nesse ínterim, com a saída de Anísio Teixeira, esteve provisoriamente sob a função de Secretário Geral interino de Educação e Cultura a partir de 30/11/1935, até que Afonso Pena Júnior fosse designado para responder pelo expediente no ano seguinte. Como advogado, dois de seus casos receberam amplo destaque ao longo de sua carreira. Em abril […]
Natural do Ceará, Pedro Mattos foi um expoente tanto no magistério quanto no jornalismo, estabelecendo-se enquanto figura chave para o desenvolvimento do ensino público do país. Antes mesmo de compor os quadros do Distrito Federal e por indicação do Diretor de Instrução deste, Fernando de Azevedo, assumiu a Direção Geral de Instrução do Acre, em 1929. Dentre os desafios aceitos e devidamente cumpridos, estavam a reorganização do ensino primário e a ampliação do alcance das escolas rurais do território acreano, aos moldes do que fora a reforma do ensino empreendida por seus pares na capital federal. Data deste mesmo ano a publicação, de sua autoria, do relatório sobre alfabetização e ensino público, direcionada ao Sr. Hugo Carneiro, então governador daquele estado. Três anos mais tarde, retornou ao Distrito Federal sob convite de Anísio Teixeira para secretariar sua Diretoria de Instrução Pública Municipal, assumindo o cargo de subdiretor técnico em 1933. Em maio do ano seguinte, foi nomeado chefe da Seção de Recenseamento, Matrícula e Frequência, sendo chamado para responder pelo expediente da Diretoria de Instrução Pública, Estatística e Biblioteca aproximadamente no mesmo período, em virtude do afastamento temporário de Anísio Teixeira. Entre os meses de abril e setembro de 1935, foi […]
O grande educador e principal figura do movimento político pedagógico da Escola Nova, Anísio Spínola Teixeira nasceu na cidade de Caetité, na Bahia, em 12/07/1900. Já na primeira infância, Teixeira tem contato com a pedagogia através de sua mãe, Anna Spínola Teixeira, a quem esteve sob cuidados nos primeiros anos, e de seu pai, o médico e fazendeiro Deocleciano Pires Teixeira, fundador da escola normal e complementar da cidade. Casou-se em 1932 com Emília Teixeira, com quem passou toda a vida e teve quatro filhos. Sua prévia experiência como Inspetor Geral de Educação na Bahia, quando esteve à frente do movimento modernizador e de ampliação do sistema de ensino de seu estado natal, aguçou seus interesses pela área. Estes foram favorecidos posteriormente por suas incursões nos estudos educacionais empreendidos por seus pares na Europa e nos EUA. De volta ao Brasil, se instalou diretamente no Rio de Janeiro e, na esteira das reformas do ex- Diretor Geral de Instrução Pública Municipal Fernando de Azevedo, recebeu, em 1931, nomeação do Interventor do Distrito Federal Pedro Ernesto (1931-1934) para dar continuidade à empreitada de seu antecessor na Diretoria, inaugurando um período de intensas mudanças no cenário educacional carioca. A Reforma educacional se […]