TIMPONI, Miguel
Secretário Geral de Educação e Cultura (interino)

De família italiana, Miguel Timponi nasceu em 24/07/1893, na cidade de Juiz de Fora, Minas Gerais. Filho de Pedro Timponi e Thereza Spinelli Timponi, foi casado com Carmelinda Silva Timponi, com quem teve seis filhos.

Concluiu ensino médio pelo Instituto Metodista Granbery de Juiz de Fora, onde, ao lado de Odilon Braga, foi sócio-fundador do Grêmio Literário Coelho Netto, associação discente da qual participaram importantes eruditos da época. Graduado em Direito, especializou-se em criminalística. No entanto, ao transferir-se para o Rio de Janeiro, em 1924, acabou por seguir carreira na área cível do Direito. Na política, atuou assiduamente, associando-se aos partidos Republicano e Social Progressista, presidindo este último. Em setembro de 1935, foi nomeado pelo prefeito Pedro Ernesto para assumir, em primeira mão, a recém criada Secretaria Geral do Interior e Segurança (em 02/09/1935, pelo Decreto nº 17 e em 09/09/1935 pela Lei nº 5.623). Nesse ínterim, com a saída de Anísio Teixeira, esteve provisoriamente sob a função de Secretário Geral interino de Educação e Cultura a partir de 30/11/1935, até que Afonso Pena Júnior fosse designado para responder pelo expediente no ano seguinte.

Como advogado, dois de seus casos receberam amplo destaque ao longo de sua carreira. Em abril de 1936, a prisão do Prefeito Pedro Ernesto estampou as manchetes de toda a capital. Acusado de participação nos levantes armados deflagrados no ano anterior em várias capitais, dentre elas o Rio de Janeiro, por setores da Aliança Nacional Libertadora, o prefeito foi condenado a 3 anos e 10 meses de prisão. Miguel Timponi, que estava no exercício de suas funções como Secretário do Interior da gestão de Pedro Ernesto, fora afastado da municipalidade junto com o mesmo. Seu vínculo com o então ex-prefeito, entretanto, não foi rompido senão admitiu novas roupagens. Ao lado de nomes como Bulhões Pedreira e Jorge Severiano, o advogado passou a compor seu corpo de defesa, obtendo em 14/09/1937 a reforma da pena e absolvição do réu. O segundo caso, alvo dos holofotes midiáticos, foi o do já falecido Humberto de Campos. Junto à Federação Espírita Brasileira (FEB), o advogado fez a defesa do médium Chico Xavier em ação judicial movida pela esposa de Humberto de Campos. O pleito referia-se ao direito autoral da obra psicografada Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho, atribuída ao espírito do escritor maranhense. A vitória da causa rendeu a Miguel Timponi sua publicação de maior prestígio, A Psicografia Perante os Tribunais, que consiste na peça completa, com todos os argumentos e citações. Posteriormente, a fim de evitar quaisquer outros transtornos, a autoria da obra psicografada por Chico Xavier foi substituída pelo pseudônimo Irmão X.  

Foi membro fundador da Ordem dos Advogados do Brasil e seu primeiro presidente, sócio da Universala Esperanto Associa, e membro da Liga Brasileira de Esperanto.

Faleceu aos 70 anos, em 13/02/1964, na capital mineira, onde residia há 10 anos desde que aposentou-se. Seu corpo foi enviado para o Rio de Janeiro e sepultado no cemitério São João Batista.

 

Amanda Vilela

Fontes

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