CASTRO, Pio Borges de
Secretário Geral de Educação e Cultura

Nascido em berço de tradicional família no Estado do Ceará, foi no Rio de Janeiro que José Pio Borges de Castro construiu uma sólida carreira. O Coronel iniciou sua formação militar na antiga Escola Militar da Praia Vermelha, integrando sua última turma. Um dos alunos que aderiram ao evento histórico conhecido como Revolta da Vacina, fora expulso da instituição após a intentona de 14/11/1904, que findou suas atividades em virtude do ocorrido. Anistiado no ano seguinte, transferiu-se para a Escola Militar de Porto Alegre, onde, em 1908,  concluiu o curso de Infantaria e Cavalaria, além de formar-se Bacharel em Matemática e Ciências Físicas. Anos mais tarde, sob a patente de Primeiro-Tenente, assumiria a cátedra de Geometria Analítica e Cálculo Diferencial e Integral da Escola Militar de Realengo, cujo rigor no ensino e avaliação o fez ser temido pelo corpo discente.

Engenheiro habilitado, teve parte em importantes projetos urbanos, sendo a ele atribuída a projeção e construção do cais cicloidal da Glória, inscrito numa proposta maior de solucionar os frequentes problemas de ressacas marítimas enfrentados pelo Rio de Janeiro. Ademais, chefiou a Seção de Terraplanagem e Construção na cidade de Niterói (1913-1914), compôs o corpo de engenheiros responsável pelo arrasamento do Morro do Castelo (RJ), e presidiu a comissão de concorrência para construção do porto do Ceará. Com nomeação de Getúlio Vargas, foi presidente do Conselho Nacional de Águas e Energia Elétrica.

Na administração pública, esteve à frente das Secretarias do Conselho de Economia e Finanças e, por duas vezes, de Agricultura e Obras Públicas do Estado do Rio de Janeiro. Em 1939, adentrou a municipalidade no exercício do cargo de Secretário Geral de Educação e Cultura, onde permaneceu até 23/03/1942. Durante sua gestão, fez uso estratégico da radiodifusão em benefício de seu projeto de governo, de cunho notadamente nacionalista e militarista. Com intervenção direta sobre o conteúdo da Rádio Escola da Prefeitura do Distrito Federal, idealizada quando da direção de Anísio Teixeira na Instrução Pública em articulação com Roquette Pinto, Pio Borges aprovou o plano de palestras educativas a serem veiculadas. Reflexo desta orientação de exaltação pátria adotada neste período pela Secretaria Geral de Educação e Cultura é a criação do Departamento de Educação Nacionalista, o qual se incumbiria de parte dos programas da emissora.

Seu sepultamento se deu em 10/02/1973, no cemitério de São João Batista, em Botafogo. Deixou viúva Circe de Carvalho, com quem teve 3 filhos, o desembargador Décio Pio Borges de Castro, o advogado Danilo Pio Borges de Castro e Cleia Pio Borges de Castro.

 

Amanda Vilela

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