RIBEIRO, Paulo de Assis
Secretário Geral de Educação e Cultura

Filho de Joaquim de Assis Ribeiro e D. Corina Fonseca de Assis Ribeiro, Paulo de Assis Ribeiro nasceu em 20/12/1096, na cidade do Rio de Janeiro.

Formou-se engenheiro geógrafo (1928) e engenheiro civil (1930) pela Escola Politécnica, granjeando, em virtude da primeira colocação neste último, o Prêmio Morsing da instituição. Não obstante sua formação acadêmica, prestou contribuições da maior relevância aos campos da Educação e Economia, adotando por vezes uma prática interdisciplinar em sua carreira.

Entre os anos de 1931 e 1932, dedicou-se a projetos organizacionais para a educação brasileira, primeiramente no exercício do cargo de Superintendente do Ensino Secundário do Ministério da Educação. Em 1934, assumiu, concomitantemente, a presidência da Associação Brasileira de Educação e a direção do Departamento Nacional de Educação.  Em 1965, ficou responsável por coordenar o Grupo Misto de Trabalho do Ministério de Educação e Cultura e do Ministério do Planejamento para elaboração do Plano de Ação do governo no setor educacional. Dois anos antes, consagrara-se por seu importante papel articulador no processo de reformas do ensino na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, através da publicação do diagnóstico técnico “Reforma das Estruturas da PUC-Rio”. Em pleno período da ditadura civil-militar, onde acirravam-se as disputas político-ideológicas em torno dos projetos educacionais e econômicos do país, Paulo de Assis Ribeiro foi figura chave para a consolidação de um programa de especialização em planejamento educacional da PUC-Rio, o qual viria a materializar-se futuramente no curso de Mestrado. Destacou-se pela mediação entre as abordagens sócio demográfica, proposta pela UNESCO e defendida pelo Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos (INEP/MEC), e econômico-financeira, pregada pelo recém-criado Instituto de Planejamento Econômico Aplicado (IPEA) e tributária das ideias do Manpower Approach.  Em 1969, elaborou o “Plano Diretor da Reforma da PUC-Rio”, sendo lembrado pela instituição como um dos principais professores do primeiro programa de Mestrado do país.

Teve destacada participação em diversos outros programas de avaliação e planificações do ensino, como, por ex., seus estudos, realizados em correspondência com Anísio Teixeira, sobre a evolução das bases pedagógicas e administrativas do ensino secundário brasileiro (1936), e a reorganização da estrutura e sistema didático da incipiente Universidade do Distrito Federal (1938). Esta última, inclusive, inscreveu-se em seu mandato de Secretário Geral de Educação e Cultura do Rio de Janeiro, o qual exerceu entre 28/12/1937 e 29/12/1938, sendo um de seus maiores legados na administração pública. A própria proposta pedagógica da instituição, que teve vida breve e logo foi incorporada à Universidade do Brasil, diferenciava-se das demais por oferecer o primeiro curso de qualificação superior ao magistério, inaugurando uma Faculdade de Educação.  

Efetuou vastas pesquisas sobre os recursos naturais brasileiros, em razão das quais realizou uma série de incursões na região central do país. Ao lado de personalidades como João Alberto e Arthur Neiva, em 1943, quando da vigência do Estado Novo varguista, criou a Fundação Brasil Central, cujo ímpeto expansionista e de ocupação territorial se traduziu nas penetrações e estabelecimento de bases militares no interior do país, e consequente fundação de cidades. Dentre outras, podemos ressaltar sua liderança na conhecida expedição Roncador-Xingu e no início da exploração do Tapajós. Próximo à direção do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, tendo por anos recusado convites para compor suas diretorias, em 03/09/1973 assumiu o cargo de Superintendente de Recursos Naturais.

Um dos fundadores e 1º Diretor Executivo do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas, merecem igual realce em sua carreira os cargos de Organizador e primeiro Diretor Executivo da Fundação Getúlio Vargas (1944-1945), membro titular do Clube de Engenharia do Rio de Janeiro e do Instituto de Engenharia de São Paulo, Diretor do Centro Pan-Americano de Aperfeiçoamento para Pesquisa de Recursos Naturais (1961-1962), Presidente do Instituto Brasileiro de Reforma Agrária (1968-1970), Secretário de Planejamento do Estado do Rio de Janeiro e de primeiro Presidente do IPASE.

Faleceu no dia 22/05/1974, sendo sepultado no cemitério São João Batista.  

 

Amanda Vilela

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