SERQUEIRA, Jerônimo de Sá Pinto
Secretário Geral de Fazenda (interino e efetivo)

Nascido em 20/05/1876 no Rio de Janeiro, Jerônimo de Sá Pinto Serqueira era filho de Joaquim José Pinto Serqueira e Arminda Augusta Coelho de Sá.

Militar de formação, em 1893 iniciou sua vida profissional na prática docente, engrossando o corpo do então Instituto Profissional, antigo Asilo dos Meninos Desvalidos, enquanto ainda estudava para curso concomitante na Escola Politécnica. No entanto, sua passagem pela instituição foi breve, posto que em alguns meses fora chamado para adentrar a municipalidade carioca, aos encargos da Diretoria de Fazenda. Correligionário da corrente florianista, teve parte nas rusgas políticas que impactaram a república em seus primeiros anos, posicionando-se, em especial, na Revolta da Armada. Na patente de praça do Batalhão Acadêmico, em 06/09/1893 combateu, ao lado das forças regulares, o grupo sublevado.

No ano seguinte, foi promovido a amanuense do Distrito Federal, de onde só sairia em 1917 para ocupar o cargo de Chefe de Seção na mesma Diretoria. No auge de sua sólida carreira de mais de 40 anos na administração pública, em que conquistou postura distinta nos meios sociais da época, Jerônimo Serqueira foi nomeado para compor o quadro de auxiliares do então Interventor do Distrito Federal, Dr. Pedro Ernesto (1931-1934). De chefe de Seção, Serqueira saltou para a direção, num primeiro momento interina, da Secretaria Geral de Fazenda em 27/09/1933. No intercurso de apenas um mês, tomou posse como responsável oficial da pasta, que, devido às frequentes vicissitudes sofridas no interior do corpo administrativo, passou a responder pelo nome de Secretaria Geral de Finanças em 1935. Serqueira permaneceu à frente do órgão até março do ano seguinte, contribuindo para o desenvolvimento acelerado das rendas municipais. Atribui-se-lhe a renovação da Secretaria por meio de medidas tais quais: a ampliação do papel da Contadoria, o restabelecimento de serviços e a instauração da firmeza do crédito. Neste período, acumulou, ademais, a função de Diretor  do Conselho do Montepio dos Empregados Municipais, na qual foi empossado em 1934. Em julho de 1936, foi acusado junto a Pedro Ernesto e a outros funcionários de sua gestão por fraudes nos cofres municipais. Após julgamento que durou anos, em 1938 foi condenado à prisão.

Cessado o escândalo, o ex-Secretário de Finanças manteve ainda certo grau de prestígio, atuando na vida pública senão por meio de associações. Sócio Benemérito do Centro dos Oficiais Administrativos da Prefeitura do Distrito Federal desde 1950, em evento comemorativo dos 12 anos de sua fundação, Serqueira recebeu placa em homenagem aos préstimos que despendeu como membro ativo da agremiação, devidamente inaugurada na rua batizada com seu nome, no bairro de Jacarepaguá. Dentre outras, ressalta-se também a Sociedade Beneficente dos Empregados Municipais (1951), a qual presidiu; a Sociedade de Amigos do Dr. Pedro Ernesto; e o Grêmio Floriano Peixoto, onde ocupou cargo de diretor em 1951; e a Comissão de Festejos a S. Sebastião, em 1954.

Faleceu em 23/06/1956.

Foi casado com Pedrina Augusta da Silva Maia, com quem teve 3 filhos.  

 

Amanda Vilela

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