Oriundo de uma renomada família de políticos pernambucanos, que inclui o seu pai, o ex-prefeito da cidade de Caruaru Coronel João Guilherme de Pontes; e seu irmão, o ex-deputado federal Gercino Malagueta de Pontes, Irineu Malagueta de Pontes nasceu na mesma Caruaru (PE), em 03/07/1890. Passou a vida sem contrair matrimônio ou ter filhos, ‘’casando-se com a medicina’’ como o mesmo declarava.

Seus primeiros estudos deram-se no Instituto Pernambucano e no Gymnasio Pernambucano, mudando-se para o Rio de Janeiro em 1912 para cursar a Faculdade de Medicina ali sediada. Durante seus estudos já se destacou, sendo eleito orador de uma comitiva para receber alunos argentinos que visitavam a faculdade. Doutorou-se em 1917, com a tese ‘’Do corpo estriado’’, especializando-se em doenças infectocontagiosas.

Após rápido retorno a Caruaru já enquanto médico e breve passagem pelo setor de antropologia física do Museu Nacional, Malagueta de Pontes foi admitido em concurso para trabalhar no Departamento Nacional de Saúde Pública. Iniciou sua carreira no Hospital São Sebastião, onde clinicou durante mais de 30 anos, dirigindo-o posteriormente. O início de sua trajetória foi marcado pela luta contra a epidemia de gripe espanhola. Também dirigiu a Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro, e, a partir de 1945, o Hospital Francisco de Castro, onde o Centro Regional de Estudos Médicos receberia seu nome.

N década de 1920, mais precisamente em 1924, começou a lecionar na Faculdade de Medicina. Exerceu o magistério neste estabelecimento de ensino e na Faculdade de Ciências Médicas ao longo de toda a vida, formando diversos alunos. Neste âmbito, é digno de nota a celeuma em que se envolveu com o também professor Antônio Austregésilo. Publicou no decurso de sua vida acadêmica diversos livros e artigos, sendo o de maior destaque “A vida de Laennec”, de 1920, prefaciado por Miguel Couto.

Durante a administração de Olímpio de Mello (1936-1937), ocupou o cargo de Secretário Geral de Saúde e Assistência entre abril de 1936 e maio de 1937. Entre outros feitos, foi durante a sua gestão que inaugurou-se o Hospital Miguel Couto e foi iniciado o projeto de instalação dos sub-postos rurais no Distrito Federal. Igualmente foi membro do Conselho Nacional do Trabalho entre 1934 e 1939.

Membro Emérito da Academia Nacional de Medicina, ocupando a cadeira nº 6, Irineu Malagueta de Pontes se devotou à instituição ao chefiar a biblioteca, o arquivo e o museu desta nos anos de 1955-1957, e o museu da ANM no biênio de 1957-59.

Seu falecimento se deu em 02/05/1964, em sua casa no Rio de Janeiro, após alguns anos lutando contra a arteriosclerose.

Caio Mathias