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MONTEIRO, Clóvis do Rêgo
Secretário Geral de Educação e Cultura

O filólogo e acadêmico Clóvis Rêgo Monteiro nasceu em 10 de setembro de 1898 na cidade de Fortaleza, Ceará. Filho de Adolfo Thiers do Rêgo Monteiro e Júlia Rodrigues Monteiro, era também irmão do professor de história Mozart Monteiro e sobrinho pelo lado materno de Alba Valdez. Foi casada com Maria Luiza de Oliveira Monteiro, mãe de seus dez filhos.

Em sua cidade natal, cursou o Instituto Miguel Borge e o Colégio Colombo, transferindo-se depois para a Faculdade de Direito do Ceará. Já neste período, destacou-se no campo das letras, ganhando destaque enquanto poeta nos meios literários cearenses, razão pela qual foi escolhido orador de sua turma universitária.

Tendo perdido seu pai cedo, aos 17 anos, Rêgo Monteiro precocemente se viu responsável por sustentar sua família, visto que seu irmão mais velho, Mozart, se encontrava na Capital Federal. Começou então a trabalhar em periódicos como o ‘’Unitário’’. Foi também neste momento que iniciou sua carreira na docência, ao tornar-se professor de língua portuguesa da Escola de Aprendizes Marinheiros do Ceará. Em 1926, adentra o quadro docente do tradicional Colégio Pedro II no Rio de Janeiro, transladando-se em definitivo para a cidade no ano seguinte. Nesta instituição, tornou-se catedrático de língua portuguesa em 1936, foi diretor do seu externato entre 1938 e 1946, de seu externato interinamente em 1953 e em definitivo entre 1956 e 1961. Ainda em 1928, passa concurso de magistério do ensino técnico municipal. Três anos depois, em 1930, classifica-se em primeiro lugar – a frente de candidatos como Cecília Meirelles, que acusou a banca de não estar afinada com os preceitos da Escola Nova – para a cadeira de literatura da Escola Normal. Nesta instituição, agora renomeada para Instituto de Educação, dirigiu sua Escola Secundária a partir de 1937 por indicação de Francisco Campos. Foi ainda professor dos colégios da rede privada Andrews, Jacobina, Santo Inácio, São Bento e Sion.

Não só no ensino básico que Rêgo Monteiro exerceu o magistério. Em 1939, foi um dos fundadores e parte da primeira geração de docentes da Universidade Santa Úrsula. Foi também professor do Instituto Lafayette, transformado depois em Universidade do Distrito Federal (UDF) e Universidade do Estado da Guanabara (UEG), atual Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), na qual foi o primeiro professor titular de língua portuguesa. Igualmente compôs o quadro docente da Faculdade Católica, atual Pontifícia Universidade Católica (PUC-RJ).

Seu único período de afastamento das salas de aula se deu entre 1947 e 1951, quando o prefeito Ângelo Mendes de Morais o escolheu para o cargo de Secretário Geral de Educação e Cultura. Candidato malgrado à deputado federal pelo Partido Democrata Cristão em 1945, Rêgo Monteiro tinha trânsito entre os setores da educação cristã, que saudaram a sua nomeação. Dentre suas principais medidas a frente do cargo, destacam-se o desenvolvimento da Campanha de Educação de Adultos, a instituição do almoço nos colégios através da criação do Setor de Alimentação Escolar, a criação de uma 1ª série adicional de reforço suplementar para aqueles discentes não alfabetizados, e a portaria que proíbe o casamento de alunas normalistas durante a vigente do curso sob pena de cancelamento da matrícula. Vale destacar ainda que o biografado assumiu de forma interina o cargo de prefeito no interregno de cinco dias em que Mendes de Morais estava incapacitado de exercer o posto.

Concomitantemente, produziu vasta contribuição acadêmica no campo da filologia e dos estudos literários. Dentre sua obra, destacam-se Traços do Romantismo na Poesia Brasileira (1929), Nova Antologia Brasileira (1933), e Português da Europa e Português da América. Aspectos da evolução do nosso idioma (1959), além da coletânea de poemas Sombra e Luz: versos (1958).

Seu falecimento se deu em 14 de julho de1961. Velado no Colégio Pedro II, ao qual dedicou parte de sua vida, seus restos mortais foram sepultados no Cemitério São João Baptista.

Caio Mathias

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