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ACCIOLI, Roberto Bandeira
Secretário Geral de Educação e Cultura

O professor e historiador Roberto Bandeira Accioli nasceu em 17 de janeiro de 1910 no Rio de Janeiro, então capital federal. Era filho de José Cavalcanti de Barros Accioli e Arabela Bandeira de Gouveia. Casou-se com Maria da Glória Paes Leme Accioli.

Formado bacharel pela Faculdade de Direito, foi no campo da docência que traçou sua trajetória. Logo aos 19 anos, tornou-se professor de história no tradicional Colégio Pedro II, onde havia se escolarizado e onde seu pai era professor catedrático de latim.

Além do já citado colégio, lecionou também no Ginásio Petropolitano, depois transferido a Capital Federal e transformado em Colégio Accioli. Entretanto, foi enquanto Catedrático de História das Civilizações do Colégio Pedro II, título alcançado em 1943, que aproximou-se da administração varguista. Este contato se deu primeiramente através dos Congressos de Brasilidade, eventos de cunho nacionalista propagados anualmente pelo Estado Novo a partir de 1941 e dos quais Accioli não só participou como também compôs a diretoria. O biografado igualmente organizou no Colégio Pedro II o Centro de Vigilância Nacional dos Estudantes em combate ao nazi-fascismo e acompanhou a instauração da Fundação Getúlio Vargas em 1944. Esta relação culminou com o emprego de Accioli na Secretaria Geral de Educação e Cultura do Distrito Federal, na direção dos departamentos de Ensino de Educação Nacionalista e de Educação Complementar.

Retornou às salas de aula em 1948, mas já em 1952, agora ingresso no PTB, volta a compor os quadros da municipalidade ao ser nomeado Diretor da Divisão de Ensino Secundário do Ministério da Educação e Cultura, posto que o alça a ser escolhido Secretário Geral de Educação e Cultura da prefeitura do Rio de Janeiro no final do mesmo ano. Sua gestão pautou-se pela ampliação da rede escolar, de forma a buscar contemplar o maior número possível das crianças e jovens cariocas. Neste sentido, foi alterado o critério de seleção de matrículas, que deixou de estar vinculado a um exame médico prévio. Foi também inaugurado o Teatro Popular Marechal Hermes, parte de um projeto de construção de unidades semelhantes pelo subúrbio. Semelhantemente buscou-se estimular a ampliação de títulos disponíveis na Biblioteca Municipal e foi instaurado o Prêmio Joana Paula Monteiro de Barros, que agraciava anualmente um aluno de destaque da rede pública. Neste período, presidiu o Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Empregados em Transportes e Cargas (IAPETC) e integrou a diretoria do Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Comerciários (IAPC).

Ocupava o cargo de Diretor do Colégio Pedro II há dois anos quando foi nomeado diretor do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 1963. Todavia, foi exonerado do cargo na sequência do Golpe Empresarial Militar de 1964. Igualmente foi suspenso do Conselho Nacional de Educação, do qual era membro desde 1960. A Ditadura instaurada no país ainda seria responsável por aposentar compulsoriamente Accioli do magistério em 1969, em razão do Ato Institucional nº5. A perseguição política não o impediu de prosseguir trabalhando no campo da educação e da escrita. Entre 1966 e 1970, integrou o Conselho Estadual de Cultura da Guanabara, voltando a integrar este colegiado após a restauração dos seus direitos políticos com a Anistia em 1979. Foi ainda Subsecretário de Educação do Estado do Rio de Janeiro durante a gestão de Iara Lopes Vargas, entre 1983 e 1985, titular do conselho de Ensino e Pesquisa da Universidade Federal Fluminense, e o primeiro presidente da comissão de memória do Colégio Pedro II.

Na condição de professor, foi autor de diversos livros didáticos e paradidáticos, dos quais destacam-se História do Brasil (1967); Non rex sed Caesar: síntese da vida e da obra de Caio Júlio César (1968); História Geral da Civilização Brasileira (1973), escrito a quatro mãos com Alfredo Taunay; e Memória histórica do Colégio de Pedro Segundo, 1836-1937 (1997).

Já ao final da vida, em 1990, foi honrado pela Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (ALERJ) com a Medalha Tiradentes em reconhecimento pelos serviços prestados a Cidade Maravilhosa.

Faleceu aos 89 anos em 09 de março de 1999, no Rio de Janeiro. Seus restos mortais foram sepultados no Cemitério São João Batista.

Caio Mathias

Fontes

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