MAGALHÃES, Raul de Almeida
Secretaria Geral de Saúde e Assistência (interino)

Foi no interior da rica família proprietária do banco de são-joanense Almeida Magalhães que nasceu em 01/09/1880 o mineiro e pioneiro médico sanitarista Raul de Almeida Magalhães. Filho do fundador deste banco, Custódio de Almeida Magalhães, e de Ambrosina Batista Machado, era também irmão de Alberto e Franklin Almeida Magalhães, respectivamente banqueiro e escritor.

Escolarizou-se no Ginásio Mineiro e passou depois para a Escola de Farmácia de Ouro Preto. Todavia, cursou durante dois anos as aulas laboratoriais na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, transferindo-se para o Distrito Federal a fim de frequentar esta instituição. Nela, doutorou-se no ano de 1906 com uma tese sobre a patologia do Araria e Treponema pallidium. Ainda durante seus estudos, trabalhou durante o ano de de 1902 no Instituto Butantã, recém criado por Vital Brasil e, entre 1904 e 1907, no Instituto de Manguinhos, sob direção de Oswaldo Cruz.

A partir desta data,foi nomeado Inspetor Sanitário da Diretoria Geral de Saúde Pública do Rio de Janeiro. Seu destaque na execução do ofício o levou a ser nomeado para chefiar uma missão de saneamento e combate à febre amarela no Maranhão, iniciada em 1919, na qual se mantém até o ano seguinte. Neste período, participou ativamente, através da Liga Pró-Saneamento, da Sociedade de Medicina e Cirurgia e da por ele fundada Sociedade Brasileira de Higiene, dos debates sobre a necessidade de unificação dos serviços de saúde e da constituição de um serviço sanitário nacional. Estes culminam na criação do Departamento Nacional de Saúde Pública, no qual passou a servir como inspetor sanitário, sendo nomeado seu Secretário Geral em 1924.

Em 1927, foi designado Secretário de Higiene do estado de Minas Gerais. Sua gestão foi marcada  pela elaboração do Regulamento Sanitário do Estado de Minas Gerais, de 1927, assim como pela expansão dos postos de saúde pelo interior mineiro. Foi também nomeado, nesta ocasião, para representar o Brasil nas Conferências Pan-Americanas de Saúde.

Foi então nomeado, primeiro em caráter interino e depois efetivo, para o cargo de Diretor do Departamento Nacional de Saúde Pública no ano de 1931, retornando ao Distrito Federal. Todavia, conflitos com o Ministro da Educação Washington Ferreira Pires o levam a pedir pela sua exoneração.

Nessa altura, em 1935, passou a o ocupar a cadeira de catedrático de medicina tropical na Faculdade de Medicina, onde já integrava o corpo docente de medicina sanitária desde 1933. Lecionou também na Fiocruz, sendo responsável pela cadeira de “epidemiologia e profilaxia das doenças contagiosas agudas” do Curso de Higiene e Saúde Pública.

Retornou à administração da municipalidade carioca em 1940, quando tornou-se chefe do 4º distrito sanitário da cidade, sendo elevado depois ao posto de Diretor do Departamento de Higiene do Distrito Federal. Em razão deste ofício, foi designado para responder por duas vezes – em 1940 e 1943 – pelo expediente da Secretaria Geral de Saúde e Assistência quando do impedimento do titular Jesuíno Carlos de Albuquerque.

Membro honorário da Academia Nacional de Medicina, seu óbito se deu em 16/09/1946, sendo sepultado no cemitério São João Batista. Deixou viúva Julieta de Almeida Magalhães, mãe dos seus filhos Anita Almeida Magalhães e do também médico sanitarista Raul Haroldo Almeida Magalhães.

 

Caio Mathias

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