BARATA RIBEIRO, Cândido

Filho de José Maria Cândido Ribeiro e de Veridiana Barata Ribeiro, Cândido Barata Ribeiro nasceu em Salvador, em 11/03/1843. Mudou-se para a capital do império em 1853, onde diplomou-se em ciências médicas e cirúrgicas (1867) pela Faculdade de Medicina. Posteriormente, ao transferir-se para a província de São Paulo, assumiu a direção do Serviço Médico e Cirúrgico do Hospital da Caridade em Campinas, além do cargo de comissário vacinador. De volta ao Rio de Janeiro, foi nomeado professor da Faculdade de Medicina, iniciando sua mobilização em favor da campanha abolicionista e republicana. Em 1892, concomitante à função de Intendente de Matadouro, passou a presidir o Conselho de Intendência, tendo sua gestão marcada pela realização de mudanças significativas. Como forma de sanar a dificuldade de abastecimento de carne no Distrito Federal, em 25/06/1892 assinou decreto que autorizava a matança de gado fora do Matadouro de Santa Cruz, nas freguesias de Jacarepaguá, Irajá, Pavuna, Guaratiba, Campo Grande, Realengo, Ilha do Governador e Ilha de Paquetá. Por outro lado, a medida impunha uma fiscalização mais rígida em termos de higiene e preço de venda do produto. Pelo Decreto nº 37, de 05/05/1893, autorizou a construção dos cemitérios nas freguesias de Guaratiba, Inhaúma, Irajá e […]

PINHEIRO, Benjamim de Salles

Comendador, Benjamin de Salles Pinheiro foi casado com Cândida Peregrina Werneck, filha de Peregrino José da América Pinheiro – Barão e posteriormente Visconde de Ipiabas. Adquiriu em 1865 o Sítio Santo Antônio da Paz, acrescido de terras provenientes do dote recebido pelo seu matrimônio. Dois anos mais tarde, recebeu de Manoel Conrado de Abreu o sítio Santo Antônio do Alto. A união entre os dois primeiros e as terras do sítio Santa Bárbara deu origem à Fazenda Santo Antônio, um importante núcleo de plantação de café no Vale do Paraíba Fluminense. Em 1903, Benjamim de Salles se desfez da fazenda. Nos anos 1990, após pertencer a outros donos, a área relativa à fazenda foi adquirida por Arthur Pereira, empresário do turismo, tornando-se uma espécie de Hotel fazenda que preserva a história deste período. Por influência de seus cunhados – os Barões da Aliança, das Palmeiras e Almeida Ramos -, passou a se dedicar à política. Atuou como vereador e chefe do executivo da Câmara Municipal de Valença, sendo um dos principais contribuintes para a construção da Estrada de Ferro Rio das Flores, que teve seu primeiro trecho inaugurado em 1882 e possuía uma das estações batizadas com o seu nome. […]

CARNEIRO, Ignácio Alves Corrêa

Coronel, durante o Império, Ignácio Alves Corrêa Carneiro atuou na Guerra do Paraguai (1864-1870) e exerceu os cargos de Procurador Fiscal e Deputado Provincial da província do Paraná. Instaurada a República, foi nomeado Diretor do Correio do Paraná, exonerando-se do cargo para tomar posse como Intendente do Distrito Federal em 25/07/1891. Chefiou as intendências de Patrimônio e de Matadouro até 10/12/1891. Em abril de 1892, participou das manifestações contrárias ao governo do Marechal Floriano Peixoto, então vice-presidente da República em exercício. Com o decreto do Estado de Sítio no Distrito Federal e em Niterói, foi desterrado para o forte São Joaquim do Rio Branco, Amazonas, próximo à fronteira com a Venezuela, a bordo do paquete Pernambuco. Faleceu no dia 18/08/1898, na residência do general Pereira Júnior. Era casado com Rosa De Castro Da Matta Carneiro.   José Ygor Silva Pena Luiza Ferreira

FIGUEIREDO, Francisco do Rego Barros

Paraibano, filho de José Antônio de Figueiredo e de Maria Rosa de Lima e Figueiredo, Francisco do Rego Barros Figueiredo mudou-se na infância para o Recife, onde estudou no Ginásio provincial de Pernambuco. Em 1878, já no Rio de Janeiro, iniciou sua formação na Faculdade de Medicina. Formou-se em dezembro de 1883, apresentando a tese Dos nervos tróficos, com grande influência do positivista Augusto Comte. Em 10/12/1891 foi nomeado para o cargo de Intendente Municipal do Distrito Federal, assumindo as pastas de Higiene, Matadouro e Praças. Manteve-se nestas funções até 12/04/1892, quando foi nomeado um novo Conselho. Durante seu mandato, foi aprovado junto ao Conselho de Intendência o Serviço Municipal de Socorro aos Variolosos e a vacinação contra a doença. Face à resistência popular, posturas municipais eram republicadas requerendo a obrigatoriedade da vacinação em crianças e o retorno para exame de pústula. O Instituto Vacínico Municipal do Rio de Janeiro foi importante produtor da vacina contra a doença, recebendo subvenções para a produção, que era enviada à Inspetoria Geral de Higiene. Assinou, neste período, uma das posturas urbanas de maior repercussão, que proibiu a construção de novos cortiços no perímetro entre as praças D. Pedro II (atual Praça XV) e […]

BARRÃO, Carlos Augusto de Avilez

Carlos Augusto de Avilez Barrão graduou-se em engenharia civil, desempenhando diversas funções na área. Foi Chefe da Seção de Conservação da Estrada de Ferro D. Pedro II (1882); Vice-presidente da Associação Geral de Auxílios Mútuos da Estrada de Ferro D. Pedro II (30/06/1890); engenheiro residente da Estrada de Ferro Central do Brazil (24/07/1890), sendo removido deste cargo para o de Chefe de Distrito de Inspeção Geral das Obras Públicas da Capital Federal, responsável pela Estrada de Ferro do Rio do Ouro (1890), onde se aposentou por invalidez em 1891. Em 1890, se candidatou ao cargo de Deputado Federal sem ser eleito. No ano seguinte, assumiu interinamente as Intendências de Matadouro e Inflamáveis do Distrito Federal, tornando-se efetivo nesta última e acumulando também as Intendências de Viação Geral e de Obras. Em 10/12/1891, exonerou-se dos três cargos junto ao Conselho de Intendência. Segundo registros, em setembro de 1893, participou de ataques feitos por navios da marinha contra a capital do Estado do Rio de Janeiro – Niterói – durante a Revolta da Armada, representando os revoltosos contrários ao governo do Marechal Floriano Peixoto. Foi membro do Conselho Diretor do Clube de Engenharia, integrando a Comissão das obras de abertura da Avenida […]

LAMARE SOBRINHO, Joaquim Raymundo de

Nascido no Rio Grande do Sul, em 30/05/1844, Joaquim Raymundo de Lamare Sobrinho era descendente de tradicional família de militares, com pelo menos seis almirantes. Seu tio, Joaquim Raymundo de Lamare – Barão De Lamare –, de quem herdou o nome, foi Ministro da Marinha e Senador do Império do Brasil de 1882 a 1889. Era filho de Rodrigo Antonio de Lamare e Maria Joaquina de Almeida de Lamare.  Aos 20 anos participou da Guerra do Paraguai. Atuou nos combates de Paysandu nos dias 6, 8 e 11 de dezembro de 1864, sendo ferido neste último. Recebeu ao longo da vida diversas condecorações, a maioria delas conquistadas em combate, dentre essas a de decano dos sobreviventes da campanha do Paraguai. Em 14/08/1890, tomou posse do cargo de Intendente de Inflamáveis junto ao segundo Conselho de Intendência Municipal do Rio de Janeiro. Enquanto intendente, assumiu como interino a Diretoria Geral do Matadouro de Santa Cruz e a Intendência de Obras. Em 1890, junto aos intendentes Alfredo Piragibe e Augusto de Vasconcellos, formou a comissão encarregada de propor medidas para controle da venda de carne durante a crise de fornecimento. Em outubro deste ano, apresentou projeto em parceria com estes intendentes sobre o fechamento das […]

CORREIA, Francisco Simões

Francisco Simões Correia nasceu na cidade de Valença, Rio de Janeiro, em 21/03/1848. Médico, graduou-se em dezembro de 1876 pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro.  No ano seguinte, foi nomeado Cirurgião do Corpo e Saúde da Armada, pedindo demissão alguns meses depois. Simões Correia teve importante atuação na fundação de diversos periódicos médicos. Enquanto ainda era estudante, em 1872, fundou com Nuno de Andrade, Martins Costa, Lycurgo Santos, J. Passeyro, a Imprensa Médica. Dois anos mais tarde, criou junto a Lycurgo Santos, o Archivo Médico. Promoveu também a revista Medicina e Cirurgia, dirigindo a redação nos três anos iniciais da publicação. Entre 1892 e 1893, escreveu diversos artigos sobre higiene municipal no Echo do Povo, jornal de Juiz de Fora. Em dezembro de 1890 foi empossado Intendente Municipal do Rio de Janeiro, ficando responsável pelas pastas de Instrução e Estatística, Higiene e de Matadouro. Durante a sua gestão, enfrentou greve de trem que dificultou o trânsito de carne verde do Matadouro de Santa Cruz para o centro urbano. Em abril de 1891, escreveu relatório propondo melhorias no transporte da carne e na estrutura do matadouro. Exonerou-se do cargo de intendente em 26/05/1891. No mesmo ano foi nomeado catedrático […]

MILANEZ, Abdon Felinto

Abdon Felinto Milanez nasceu em 1830, no município de Areia, província da Paraíba. Foi casado com Gioconda Cotegipe Milanez, com quem teve três filhos: o músico e engenheiro Abdon Felinto Milanez Filho, o deputado federal Prudêncio Cotegipe Milanez e Álvaro Felinto Milanez. Formou-se pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro aos 27 anos. Retornou à Paraíba, onde atuou como Médico Cirurgião do Corpo de Saúde do Exército, Inspetor de Saúde Pública e Vacinador na campanha contra a epidemia de varíola. Em seu estado natal, foi Deputado Provincial entre 1878 e 1881, tendo presidido a Assembleia Legislativa nos dois primeiros anos. Após o fim do mandato como Deputado, volta ao Rio de Janeiro, integrando a equipe de Comissários Vacinadores do Instituto Vacínico. Em 05/05/1892, foi nomeado pelo Conselho de Intendência do Distrito Federal para assumir a pasta de Higiene. Por menos de um mês também foi responsável pela Intendência de Matadouro. Exonerou-se do cargo de Intendente em agosto do mesmo ano. Entre 1894 e 1902, foi Senador pelo estado da Paraíba. Em concomitância com os serviços prestados no Palácio Conde dos Arcos, sede do Senado, Abdon Milanez também exerceu os postos de Delegado Vacinador da Polícia Sanitária do Distrito Federal, Médico […]

MORAES, Eduardo José de

Eduardo José de Moraes nasceu na Bahia, em 30/05/1830. Bacharel em Matemática e Ciências Físicas, foi também Engenheiro Geógrafo e Civil pela Escola Central do Império. Assentou praça no Corpo de Engenheiros do Exército em 07/02/1857, sendo promovido a alferes aluno em 14/03/1858. Posteriormente, ascendeu ao posto de 1º Tenente do Corpo de Engenheiros. Combateu na Guerra do Paraguai, sendo condecorado com a medalha de Campanha do Paraguai e com a de Mérito à Bravura Militar. Em 13/08/1890 foi também agraciado como cavaleiro da Ordem de Aviz. Em 1869, publicou Navegação interior do Brasil, projeto que ficou conhecido como Plano Moraes. O projeto visava a integração do país através da unificação de bacias hidrográficas por uma rede de navegação fluvial, e estradas que ligavam o litoral (Rio de Janeiro, Salvador e Recife) à bacia do Rio São Francisco. Com o intuito de melhorar a comunicação entre as províncias, chegou a propor a transferência da Corte Imperial para o interior, à beira do rio São Francisco. Atuou como engenheiro chefe da Estrada de Ferro de Paulo Affonso e fiscal do governo junto à companhia Inglesa da Via Férrea que ligava Santos à Jundiaí. Em 07/03/1890, o então Tenente-coronel foi nomeado Intendente Municipal do Distrito […]