BARATA RIBEIRO, Cândido

Filho de José Maria Cândido Ribeiro e de Veridiana Barata Ribeiro, Cândido Barata Ribeiro nasceu em Salvador, em 11/03/1843. Mudou-se para a capital do império em 1853, onde diplomou-se em ciências médicas e cirúrgicas (1867) pela Faculdade de Medicina. Posteriormente, ao transferir-se para a província de São Paulo, assumiu a direção do Serviço Médico e Cirúrgico do Hospital da Caridade em Campinas, além do cargo de comissário vacinador. De volta ao Rio de Janeiro, foi nomeado professor da Faculdade de Medicina, iniciando sua mobilização em favor da campanha abolicionista e republicana. Em 1892, concomitante à função de Intendente de Matadouro, passou a presidir o Conselho de Intendência, tendo sua gestão marcada pela realização de mudanças significativas. Como forma de sanar a dificuldade de abastecimento de carne no Distrito Federal, em 25/06/1892 assinou decreto que autorizava a matança de gado fora do Matadouro de Santa Cruz, nas freguesias de Jacarepaguá, Irajá, Pavuna, Guaratiba, Campo Grande, Realengo, Ilha do Governador e Ilha de Paquetá. Por outro lado, a medida impunha uma fiscalização mais rígida em termos de higiene e preço de venda do produto. Pelo Decreto nº 37, de 05/05/1893, autorizou a construção dos cemitérios nas freguesias de Guaratiba, Inhaúma, Irajá e […]

PINHEIRO, Benjamim de Salles

Comendador, Benjamin de Salles Pinheiro foi casado com Cândida Peregrina Werneck, filha de Peregrino José da América Pinheiro – Barão e posteriormente Visconde de Ipiabas. Adquiriu em 1865 o Sítio Santo Antônio da Paz, acrescido de terras provenientes do dote recebido pelo seu matrimônio. Dois anos mais tarde, recebeu de Manoel Conrado de Abreu o sítio Santo Antônio do Alto. A união entre os dois primeiros e as terras do sítio Santa Bárbara deu origem à Fazenda Santo Antônio, um importante núcleo de plantação de café no Vale do Paraíba Fluminense. Em 1903, Benjamim de Salles se desfez da fazenda. Nos anos 1990, após pertencer a outros donos, a área relativa à fazenda foi adquirida por Arthur Pereira, empresário do turismo, tornando-se uma espécie de Hotel fazenda que preserva a história deste período. Por influência de seus cunhados – os Barões da Aliança, das Palmeiras e Almeida Ramos -, passou a se dedicar à política. Atuou como vereador e chefe do executivo da Câmara Municipal de Valença, sendo um dos principais contribuintes para a construção da Estrada de Ferro Rio das Flores, que teve seu primeiro trecho inaugurado em 1882 e possuía uma das estações batizadas com o seu nome. […]

MEDEIROS, Manoel de Barros

Manoel de Barros Medeiros nasceu em 30/01/1857. Foi industrial e militar, tendo alcançado a patente de coronel. Em 1882 casou-se com Josina de Araújo Medeiros, com quem teve seis filhos: Octacilio Augusto da Silva, Josino de Araujo Medeiros, Celina Medeiros Silva, Laudennia de Araújo Medeiros, Dulce Medeiros Marchand e Maria José de Araujo Medeiros. Membro do 5º e último Conselho de Intendência, em maio de 1892 foi nomeado Intendente de Patrimônio sob a presidência de Cândido Barata Ribeiro, permanecendo no cargo até dezembro do mesmo ano. Assumiu também a Intendência de Praças e Ruas, sendo exonerado em função da extinção desta pasta em agosto de 1893. Neste mesmo ano, foi admitido no 1º Distrito da Estrada de Ferro Central do Brasil como Instrutor de movimento (1893) e, posteriormente, dirigiu a Secretaria da Santa Casa de Misericórdia. Foi membro do Centro Republicano do Engenho Velho, tornando-se secretário deste em 1893, quando se aprovou unanimemente uma moção em adesão ao vice-presidente que foi entregue em mãos ao Marechal Floriano Peixoto. Também participou, junto do Senador Saldanha Marinho, da fundação do Club Republicano Floriano Peixoto, sendo eleito um dos seus secretários. Foi também membro do Clube de Engenharia.   Faleceu aos 93 anos […]

COSTA, Evaristo Rodrigues da

Proprietário da Tipografia Central, localizada na travessa do Ouvidor, Evaristo Rodrigues da Costa atuou na luta abolicionista editando panfletos e o jornal Lincoln. Participou, junto a Rui Barbosa, da queima de comprovantes de natureza fiscais referentes à escravidão no Império, com o intuito de privar ações indenizatórias de escravocratas. Entre 11/12/1891 e 05/05/1892, foi Intendente de Patrimônio do Distrito Federal. Durante a sua gestão, assinou uma das posturas municipais mais controversas, que proibiu a construção de novos cortiços no perímetro entre as praças D. Pedro II (atual Praça XV) e a Praça 11 de Junho (Praça Onze), além de toda área referente à freguesia de Santo Antônio (Entre as ruas Riachuelo e Livramento). Em 1892, propôs medidas como a redução de preço da passagem dos operários na Estrada de Ferro Central e a isenção de impostos de Décima Urbana e direitos de pena d’água em vilas operárias, destinadas à população proletária do Rio de Janeiro, que enfrentava graves problemas com a carestia do custo de vida. Foi vice-presidente do Centro do Partido Operário. Faleceu no dia 24/06/1931, na cidade de Niterói, no Rio de Janeiro.   José Ygor Silva Pena Luiza Ferreira

CARNEIRO, Ignácio Alves Corrêa

Coronel, durante o Império, Ignácio Alves Corrêa Carneiro atuou na Guerra do Paraguai (1864-1870) e exerceu os cargos de Procurador Fiscal e Deputado Provincial da província do Paraná. Instaurada a República, foi nomeado Diretor do Correio do Paraná, exonerando-se do cargo para tomar posse como Intendente do Distrito Federal em 25/07/1891. Chefiou as intendências de Patrimônio e de Matadouro até 10/12/1891. Em abril de 1892, participou das manifestações contrárias ao governo do Marechal Floriano Peixoto, então vice-presidente da República em exercício. Com o decreto do Estado de Sítio no Distrito Federal e em Niterói, foi desterrado para o forte São Joaquim do Rio Branco, Amazonas, próximo à fronteira com a Venezuela, a bordo do paquete Pernambuco. Faleceu no dia 18/08/1898, na residência do general Pereira Júnior. Era casado com Rosa De Castro Da Matta Carneiro.   José Ygor Silva Pena Luiza Ferreira

CAVALCANTI, José Pompéo de Albuquerque

Engenheiro, nascido no Ceará em 10/04/1839, José Pompéo de Albuquerque Cavalcanti bacharelou-se em Matemática pela Escola Central. Durante o Império, representou a província do Ceará nas últimas legislaturas da Câmara dos Deputados entre 1881 e 1885, assinando o projeto do elemento servil em 1885, quando o Conselho de Ministros era presidido pelo conselheiro Manoel Pinto de Souza Dantas. O projeto tratava da valoração do escravo de acordo com a sua idade, um sistema onde aqueles com idades entre 20 e 40 anos teriam maiores preços. Acreditava-se que assim, dentro de um prazo de no máximo 14 anos, a escravidão teria fim. O projeto sofreu diversas críticas, inclusive do ilustre abolicionista deputado Joaquim Nabuco. Em 27/06/1891 foi nomeado para o cargo de Intendente de Patrimônio, onde permaneceu por apenas oito dias. Por motivos de saúde, foi substituído por João Alfredo Piragibe, Intendente de Higiene. Faleceu no dia 14/07/1891, vítima de uma lesão cardíaca. Com a sua morte, Piragibe assume permanentemente a chefia da Intendência de Patrimônio. Neste período, estava trabalhando em um novo livro, o diccionario historico, greographico e estatistico do Ceará, que acabou sendo finalizado por Guilherme Studart. Escreveu Chorographia da província do Ceará, publicado em 1888, à época um […]

SOUZA LIMA, Nominato José de

Filho de Antônio Gomes de Oliveira e Ana Joaquina da Silva, Nominato José de Souza Lima nasceu em 1849 em Rio Espera, Minas Gerais. Formou-se em Direito pela Faculdade de São Paulo. Tomou posse como vereador em Leopoldina, Minas Gerais, em 07/01/1865, havendo registros de sua atuação no cargo até dezembro de 1868. Em 1872, assumiu como 3º Juiz de Paz de Leopoldina e presidente da Mesa da Assembleia Paroquial. Atuou na construção da Estrada de Ferro Leopoldina. Foi presidente da Companhia de Comissões e Ensaque de Café no início da República. Filou-se ao Partido Republicano e, em 07/03/1890, foi nomeado Intendente de Patrimônio do Distrito Federal, permanecendo na função até 11/08/1890. Durante a sua gestão, assinou projeto de postura sobre a remissão de foros no Distrito Federal. De acordo com o texto, “tais regras [permitiriam] uma mais fácil e enérgica inspeção do patrimônio municipal à proporção que se fossem regularizando e simplificando as relações jurídicas ora existentes entre a municipalidade e os que possuem terrenos foreiros ou presumidos tais”, possibilitando assim à Câmara “reconhecer, visar e registrar os títulos de concessões antigas”; “reconhecer a prescrição de 40 anos e, em certos casos, mesmo a de 30 anos contra a […]

CAMPOS, Zeferino Gonçalves de

Zeferino Gonçalves de Campos foi nomeado para o cargo de Intendente de Patrimônio do Distrito Federal em 13/12/1889. Foi o primeiro indicado para a pasta, criada após a Proclamação da República, da qual se exonerou junto ao Conselho em 26/02/1890. Na política foi ainda Deputado Estadual pelo Rio de Janeiro e, em 1900, candidatou-se sem êxito ao cargo de Intendente Municipal.   Militar, em 1894 a Zeferino Gonçalves de Campos, ex-oficial de Voluntários da Pátria, foi conferida a honra de Tenente-coronel em função dos relevantes serviços prestados à República durante a Revolta da Armada, série de ataques realizados pela Marinha contra o governo do vice-presidente Marechal Floriano Peixoto, que assumiu a presidência após a renúncia do Marechal Deodoro da Fonseca, gerando manifestações contrárias a sua posse. Chegou ao posto de General. Foi membro do Conselho Fiscal do Banco Colonial do Brazil (1890) e também Membro do Conselho da Sociedade Cooperativa Nacional da Capital Federal, de fins humanitários.    Faleceu em janeiro de 1931, sendo enterrado em 28/01/1931 no Cemitério São João Batista, em Botafogo, Rio de Janeiro. Era casado com Amélia Gomes de Andrade Campos.   José Ygor Silva Pena Luiza Ferreira

VASCONCELLOS, Augusto de

Nascido em 05/04/1853 no bairro de Campo Grande, Rio de Janeiro, Augusto de Vasconcellos era filho de Marcos José de Vasconcellos e Leopoldina Rosa de Jesus. Formou-se na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Durante o Império foi Delegado de Higiene de Campo Grande, filiando-se ao Partido Liberal. Em 14/08/1890 foi nomeado para o Conselho de Intendência Municipal do Rio de Janeiro, assumindo a pasta de Higiene. Quatro dias depois, trocou de posto com João Alfredo Piragibe, ficando a partir de então responsável pela Intendência de Instrução e Estatística. Em Outubro de 1890, junto a Alfredo Piragibe e Joaquim de Lamare, formou a comissão encarregada de propor medidas para o controle da venda de carne durante a crise de fornecimento. Apresentou neste mesmo mês, junto destes intendentes, projeto, posteriormente aprovado, sobre o fechamento das casas de negócios aos domingos, abrindo-se exceção para tavernas, que poderiam funcionar até as 6 horas da tarde e às farmácias, hotéis, casas de pasto, confeitarias, padarias, botequins, cafés, bilhares e açougues, que poderiam funcionar durante todo o dia. Exonerou-se do cargo de intendente municipal em 16/12/1890. Em 1897 foi eleito Deputado Federal pelo Rio de Janeiro, então Distrito Federal, sendo reeleito em 1900 e […]

COUTINHO, Honório de Paiva

Engenheiro, Honório Gomes de Paiva Coutinho foi contemporâneo e colega de classe de Paulo de Frontin, Ozório de Almeida e José Américo dos Santos. Em 07/03/1890 foi nomeado para o Conselho de Intendência do Distrito Federal, assumindo a Intendência de Instrução e Estatística e, em maio do mesmo ano, a Intendência de Inflamáveis. Nesta última, assinou o projeto de regulamentação dos explosivos e inflamáveis do Distrito Federal, determinando os materiais que se enquadravam em cada designação e a capacidade de armazenamento destes. Foram estabelecidos prazos de 30 dias a um ano para a execução da lei, dependendo do tamanho do empreendimento. Em 11/08/1890, exonerou-se junto ao Conselho de Intendência. Candidatou-se ao cargo de Intendente em 1892, porém sem sucesso. Comerciante de Café, membro do Centro da Lavoura e Comércio, integrou a comissão brasileira que representou o país nas comemorações do 4º Centenário do descobrimento da América na Exposição Universal Colombiana, que se passou em Chicago, nos Estados Unidos. Foi também representante da Sociedade de Geografia no evento. Faleceu no dia 03/09/1907, no Espírito Santo, onde se encontrava com o Diretor de Obras Públicas do Estado analisando os limites entre os Estados da Bahia e Espírito Santo, trabalho que vinha desenvolvendo […]

BENÉVOLO, Jayme

Matemático e engenheiro militar, Jayme Benévolo nasceu em 27/08/1854 na cidade de Maranguape, Ceará. Era filho do Tenente-Coronel Reginaldo Benévolo Ferreira de Pinho e da portuguesa Eugênia Correia de Pinho. Seus irmãos, Francisco e Odilon Benévolo, também seguiram a carreira militar. Foi casado com Julieta Teixeira Benévolo. Em 1872, aos dezoito anos, alistou-se no serviço militar, no 14º Batalhão de Infantaria. Entre 1874 e 1875 serviu na Revolta do Quebra-Quilos, ocorrida no Nordeste do país. Foi promovido a 2º Tenente em 17/01/1882, mudando-se para o Pará, onde atuou como Engenheiro das Obras Militares. Entre 1884 e 1885 foi regente da cadeira de Aritmética na Escola Militar do Rio de Janeiro, posteriormente assumindo a cadeira de Economia Política e Direito Administrativo.  Foi promovido a 1º Tenente em 21/02/1885. Em 1887, exerceu o cargo de ajudante de ordens do Presidente da Província da Paraíba e, em 1888, foi nomeado secretário do Marechal Deodoro da Fonseca, na época comandante das armas de Mato Grosso. No mesmo ano foi nomeado Cavaleiro da Ordem Militar de Aviz. Em 13/12/1889, Assumiu o cargo, em primeira ocupação, de Intendente de Instrução do Distrito Federal, acumulando também o posto interino de Intendente de Matadouro em 11/02/1890. Exonerou-se das suas funções municipais […]

SILVEIRA LOBO, Julio da

Julio da Silveira Lobo nasceu em Alagoas, em 1832. De relevante família no cenário político brasileiro, era irmão dos senadores Silveira Lobo e Aristides Lobo. Em 1866 foi nomeado para o cargo de 2º Escriturário da Alfândega, do Ministério da Fazenda, onde desempenhou diversas funções, dentre elas a de contador do Tesouro Nacional, cargo onde se aposentou em 1890. No ano seguinte, foi nomeado Fiscal do Governo junto ao Banco de São Paulo e Rio de Janeiro. Em 04/08/1892, assumiu a Intendência de Fazenda do Conselho Municipal do Distrito Federal, substituindo Augusto Tasso Fragoso. Empenhou-se nas questões referentes à crise de abastecimento da carne verde, indo ao vice-presidente em exercício, junto ao intendente Abdon Felinto Milanez e representantes da Companhia Frigorífica, tratar da questão. Demitiu-se da função em outubro do mesmo ano. Nos anos de 1894 e 1896, candidatou-se sem êxito para o cargo de Deputado Federal do Distrito Federal. Neste período, ajudou a organizar o Partido Republicano Nacional, sendo eleito membro do seu diretório e um dos responsáveis por redigir o seu manifesto. Como parte deste projeto, escreveu, em 1895, o livro intitulado Apontamentos para a história do Segundo Reinado. No prefácio da obra, Silveira Lobo acrescenta que aceitou […]

LEITÃO, Antônio Pereira

Antônio Pereira Leitão nasceu no Rio de Janeiro, em 30/11/1848. Em 1867 iniciou sua carreira como jornalista no cargo de revisão do Diário do Rio de Janeiro e, a partir de 1868, atuou como chefe do serviço de debates no Senado no mesmo jornal que funcionava na Rua do Rosário. Em 1877 o Diário do Rio de Janeiro foi fechado e Antônio Leitão foi então convidado a colaborar na organização dos serviços de redação do Jornal Cruzeiro, mas abandonou o cargo após dois meses. Passou a lecionar história e geografia no Colégio Pinheiro, Mosteiro de São Bento e no Colégio Pedro de Alcântara. Nesse período publicou os livros Pontos de História Antiga e Pontos de História Média, ambos de 1876. Na década de 1880 retornou à imprensa, atuando em diversos jornais, como o Globo, Brazil, Diário de Notícias, O Paiz. Junto a Bellarmino Carneiro e Verediano de Carvalho, organizou o jornal O Tempo. Em 29/01/1892 foi nomeado Intendente de Fazenda do Distrito Federal, permanecendo no cargo até 05/05/1892. Foi o primeiro presidente da Sociedade de Socorros Mútuos e da Sociedade Comemorativa das Datas Nacionais, recebendo o título de presidente de honra em ambas as instituições. Faleceu no Rio de Janeiro, […]

FRANÇA LEITE, Antônio Rodrigues dos Santos

Antônio Rodrigues dos Santos França Leite nasceu no dia 28/11/1835, no Rio de Janeiro. Era filho do abolicionista Nicolau Rodrigues dos Santos França Leite, deputado integrante da Sociedade dos Patriarcas Invisíveis e que fora deportado para Lisboa por articular protestos contra o Império. Em seus estudos iniciais seguiu a carreira comercial, atuando por alguns anos como Despachante geral da Alfândega do Rio de Janeiro, deixando o cargo em 1865 para combater na Guerra do Paraguai, como Capitão do 26º Batalhão de Voluntários. Após ser gravemente ferido em combate, recebeu o título de capitão honorário e o hábito da Ordem da Rosa. Por onze anos trabalhou como Escrivão da 1º Vara de Órfãos da Capital Federal, até a extinção do cargo. Em 10/12/1891, foi nomeado Intendente Municipal do Rio de Janeiro pelo Marechal Floriano Peixoto, assumindo as pastas de Justiça e Fazenda. Junto de sua nomeação, recebeu as honras de Coronel honorário do Exército. Entre março e maio de 1892, exerceu o cargo de Presidente do Conselho Municipal interinamente. Exonerou-se de suas funções em 03/12/1893. Faleceu no dia 02/10/1901, no Rio de Janeiro, vítima de uma parada cardiorrespiratória. Foi enterrado no cemitério São João Baptista.   José Ygor Silva Pena Luiza […]

NEVES, Antônio Ignácio de Mesquita

Nascido em 01/05/1824 na cidade de Alagoas, Capital da província de mesmo nome, Antônio Ignácio de Mesquita Neves era filho de Ignácio das Virgens Neves e Luzia Neves. Formou-se em instrução primária em Maceió, cidade na qual atuou no magistério durante 10 anos. Foi redator do periódico literário Matiz até 1851. Em 1852, tornou-se redator do jornal liberal maceioense Tempo. Devido às críticas tecidas ao Presidente da Província, Antonio Coêlho de Sá e Albuquerque, é perseguido e obrigado a exilar-se no Rio de Janeiro em 1858. No Rio de Janeiro passa a se dedicar aos serviços de Fazenda, atuando como conferente da Caixa de Amortização, que tinha como função administrar a dívida interna. Atuou também como Inspetor de Alfândega em Alagoas (1868), Porto Alegre (1877) e São Luís (1878). Em 10/12/1891 é nomeado para o cargo de Intendente de Fazenda do Distrito Federal, exonerando-se pouco tempo depois, em 29/01/1892. Autor de Primeiros Prelúdios de Minha Lira e tradutor da obra Fábulas de Fedro, foi empossado Patrono da cadeira 37 da Academia Alagoana de Letras. Faleceu em Lisboa, aos 69 anos, em 18/04/1893. Era casado com Maria Leopoldina de Mello Neves.   José Ygor Silva Pena Luiza Ferreira

FONTOURA, João Lopes Carneiro de

João Lopes Carneiro de Fontoura foi conferente da cidade de Santos. No ano de 1884, atuou como Inspetor da Alfândega do Pará, órgão instalado no Convento dos Mercedários em Belém. Em 15/08/1890, foi nomeado Intendente de Fazenda do 3º Conselho de Intendência Municipal do Rio de Janeiro. Durante o seu mandato, enfrentou grave crise no fornecimento de carne verde no Distrito Federal, o que levou a decretar como medida provisória a isenção de impostos aos açougues do município. Em sessão de 03/10/1890 o Presidente do Conselho, José Félix da Cunha Menezes, propôs  que o Intendente de Fazenda fosse autorizado a resolver sobre os pagamentos das contas já processadas e liquidadas por ordem de antiguidade apenas consultando o Conselho, caso necessário. Apesar de seu desejo contrário, o Conselho aprovou a proposta por unanimidade. Neste mesmo mês, levantou informações a respeito da receita e da despesa municipal nos governos anteriores, verificando uma grande dívida. Como proposta para saldar as contas, foram embargadas concessões para obras públicas. Com o pedido de exoneração do então Presidente, Fontoura assumiu como a presidência do Conselho Municipal interinamente entre novembro e dezembro de 1891, exonerando-se em seguida.     Faleceu no dia 23/02/1892, em Lambary, Minas Gerais. Deixou viúva  Marianna Correa da […]

GOULART, Gil Diniz

Nascido em Angra dos Reis (RJ), em 14/05/1844, Gil Diniz Goulart concluiu seus estudos no Colégio Freeze, em Nova Friburgo. Aos 23 anos, formou-se bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito de São Paulo junto a Cândido de Oliveira, Ubaldino do Amaral, Carlos Affonso e Frederico de Almeida. No mesmo ano de 1867, mudou-se para Cachoeiro de Itapemirim (ES), como advogado do Banco do Brasil. Ingressou na carreira política pelo Partido Liberal. Por dez anos presidiu a Câmara Municipal de Cachoeiro de Itapemirim e entre 1883 e 1885 atuou como deputado provincial. Aderiu ao movimento republicano e, com a instauração da República, foi nomeado em março de 1890 para os cargos de vice-presidente do Conselho de Intendência da Capital Federal e Intendente de Fazenda. Exonerou-se de suas funções de Intendente em agosto de 1890 e, no mês seguinte, foi eleito Senador pelo Estado do Espírito Santo. Participou da Comissão dos Vinte e Um, responsável pela elaboração do projeto da Constituição Republicana. Com o final de seu mandato em 1896, retornou ao Rio de Janeiro, abandonando a carreira política e dedicando-se ao exercício da advocacia. Faleceu em 15/04/1927, sendo enterrado no cemitério de São Francisco Xavier, no Rio de […]

SOUZA, Matheus Alves de

Comendador e negociante, nascido em 1834, Matheus Alves de Souza casou-se com Mathilde das Chagas Souza. Era pai do capitão Pedro de Andrade Souza, de Francisco de Andrade Souza e de Amélia Augusta de Souza Santos. Genro do Barão e da Baronesa de Bambuhy, passou a comandar todos os negócios da família quando do falecimento de seu sogro – Francisco das Chagas Andrade –, em 1877, segundo desejo expresso pelo falecido em sua carta testamento. Foi concedida uma procuração ao genro para este fim. Quando vivo, o Barão de Bambuhy foi sócio de Matheus de Souza na empresa de atacado Chagas Andrade & Souza, formada em 1859. Comercializavam “fazendas secas”, gênero que abrangia a venda de tecidos, artigos de vestuários, livros, louças e etc. A loja estava instalada na Rua da Quitanda, 175. Na década de 1880, dirigiu a Companhia S. Cristóvão (1882-1887) e também a Estrada de Ferro Macaé e Campos (1884). Instaurada a República, compôs o 1º Conselho de Intendência, sendo nomeado em 12/12/1889 para o cargo de Intendente de Fazenda do Distrito Federal, onde permaneceu até 07/03/1890. Durante a Revolta da Armada, em setembro de 1893, foi convidado pelo governo para exercer o cargo de Prefeito do […]

HOMEM DE MELLO, Francisco Ignácio Marcondes

Nascido em 01/05/1837, em Pindamonhangaba, interior da Província de São Paulo, Francisco Ignácio Marcondes Homem de Mello era filho do segundo Barão de Pindamonhangaba, Francisco Marcondes Homem de Mello. Entre março de 1847 e novembro de 1852, fez seus estudos em humanidades no Seminário Episcopal de Mariana (MG). Formou-se em Direito pela Faculdade de São Paulo, em 1858, retornando nesse mesmo ano a sua cidade natal, onde foi eleito Presidente da Câmara Municipal (1860-1861). Em 09/11/1861 foi nomeado para o cargo de catedrático de História Antiga e Medieval do Colégio D. Pedro II, exonerando-se da função, a pedido, em 20/02/1864. Ocupou o cargo de Presidente das províncias de São Paulo (04/03/1864 a 23/10/1864), do Ceará (10/06/1865 a 06/11/1866), do Rio Grande do Sul (22/01/1867 a 13/04/1868) e da Bahia (25/02/1878 a 25/11/1878). De 1873 a 1878 exerceu a Inspetoria interina da Instrução Pública Primária e Secundária do Município da Corte. Foi também Ministro dos Negócios do Império. Com a fundação do Colégio Militar, em 12/04/1889, tornou-se professor de História Universal desta Instituição. Em agosto de 1890, tomou posse como Intendente de Justiça e de Patrimônio do Distrito Federal. Segundo a lei de Outubro de 1828, art. 27, todo requerimento deveria […]

SIQUEIRA, Antônio José de

Nascido em 1858, Antônio José de Siqueira era filho de Raphael de Siqueira e Dona Maria do Rosário. Militar e engenheiro, foi capitão do Estado Maior de Artilharia, capitão do Corpo de Engenheiros e instrutor da Escola Militar da capital. Em 05/05/1892, foi nomeado pelo então presidente, Marechal Floriano Peixoto, para chefiar as Intendências de Obras e de Viação Geral. Afastou-se dos cargos meses depois, em 13/10/1892. No ano seguinte, foi nomeado ajudante de ordens do vice-presidente da União, atuando como seu secretário particular. Integrou o Estado Maior da vice-presidência, participando ativamente da defesa do governo durante as revoltas que se deram neste período. Foi eleito Deputado Federal pelo Distrito Federal em 1894, compondo a Comissão de Marinha e Guerra. Permaneceu no cargo de 03/05/1894 até 31/12/1896, com o fim deste mandato. Não se reelegeu no pleito seguinte. Neste mesmo ano, ascendeu ao posto de Major. Foi o primeiro presidente da Associação Republicana Brasileira, composta por delegados de diversos clubes republicanos da Capital Federal. Faleceu no dia 13/12/1900, no Rio de Janeiro, vítima de uma Tuberculose, sendo enterrado no cemitério São João Batista. Era casado com Maria Luisa Lopes de Siqueira.   José Ygor Silva Pena Luiza Ferreira

BARROS, Francisco Antônio Pessoa de

Filho de Antônio de Barros Itaparica, Francisco Antônio Pessoa de Barros nasceu na Bahia, em 1833. Formou-se em Ciências Sociais e Jurídicas, em 1856, pela Faculdade do Recife. Foi o primeiro presidente do Conselho de Intendência Municipal da Capital Federal após a Proclamação da República, exercendo a função de 17/11/1889 a 30/11/1890. Em dezembro de 1889 tomou posse como Intendente de Justiça, exonerando-se em 26/02/1890. Com a sua saída, passou a exercer a advocacia no Rio de Janeiro. Escreveu o livro Poesias Americanas (1862) e a peça teatral Bárbara de Alvarenga ou Os Inconfidentes (1877), que teria dado papéis ficcionais de destaque ao casal Bárbara Heliodora Guilhermina da Silveira e Inácio José de Alvarenga Peixoto, um dos inconfidentes. No Jornal Comemorativo do 21 de Abril de 1882, publicado pelo Clube Tiradentes, a obra é citada entre outras que trataram o tema da Inconfidência Mineira. Foi diretor da Sociedade Auxiliadora da Indústria Nacional. Faleceu no Rio de Janeiro no dia 13/03/1896, sendo enterrado no Cemitério São João Baptista, em Botafogo.   José Ygor Silva Pena Luiza Ferreira

LIMA, Agostinho José de Souza

Agostinho José de Souza Lima nasceu em 1842, no Mato Grosso. Bacharelou-se em letras pelo colégio Pedro II e, em 1864, formou-se na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. A partir do ano seguinte, passou a desempenhar funções em cargos de higiene e combate à epidemias como Tenente Cirurgião do Sétimo Batalhão da Guarda Nacional da Corte. Ingressou como catedrático de Medicina Legal da Faculdade de Medicina, em 1877, lecionando na instituição por muitos anos. Dois anos depois, foi eleito membro da Academia Titular de Medicina, ocupando a presidência da instituição entre 1883 a 1889. Em julho de 1893 foi nomeado para o cargo de Intendente de Higiene, que passou a se chamar Diretoria Geral de Higiene e Assistência Pública em agosto deste ano. Exonerou-se desta função em 29/11/1894. Deixou importantes obras, sendo a mais relevante o Tratado de Medicina Legal, de 1985, cujos ensinamentos eram utilizados nas perícias médico-legais e no tribunal do Jury. Faleceu no dia 28/12/1921, em Petrópolis, sendo enterrado no cemitério São João Batista, no Rio de Janeiro.   José Ygor Silva Pena Luiza Ferreira

FRAGOSO, Augusto Tasso

Nascido em 28/08/1869, na cidade de São Luís (MA), Augusto Tasso Fragoso era filho de Joaquim Coelho Fragoso, comerciante português e cônsul no Maranhão, e de Maria Custódia Fragoso. Fez seus primeiros estudos nos colégios do Pires e São Paulo e no Liceu Maranhense, concluindo o ginasial aos 16 anos. Mudou-se para o Rio de Janeiro com o intuito de seguir carreira militar. Assentou praça em 21/03/1885, graças a uma alteração na sua data de nascimento para o ano de 1867, que permitiu ingressar mais cedo na carreira militar. Iniciou seus estudos na Escola Militar da Praia Vermelha, onde se aproximou do pensamento positivista e do movimento pela abolição da escravidão. Em seguida, cursou engenharia na Escola Superior de Guerra. Incorporado ao 2º Regimento de Artilharia, participou da intervenção militar que instaurou a república como forma de governo no país em 1889. Após recusar a proposta de Floriano Peixoto para ser Prefeito do Distrito Federal, Augusto Tasso Fragoso assumiu o cargo de Intendente de Obras e de Viação Geral em 10/12/1891. Exerceu intensa atividade administrativa à frente do cargo de Intendente, principalmente em relação à construção civil e ao abastecimento de gêneros alimentícios. Assinou posturas que dispunham sobre melhorias nos […]

FIGUEIREDO, Francisco do Rego Barros

Paraibano, filho de José Antônio de Figueiredo e de Maria Rosa de Lima e Figueiredo, Francisco do Rego Barros Figueiredo mudou-se na infância para o Recife, onde estudou no Ginásio provincial de Pernambuco. Em 1878, já no Rio de Janeiro, iniciou sua formação na Faculdade de Medicina. Formou-se em dezembro de 1883, apresentando a tese Dos nervos tróficos, com grande influência do positivista Augusto Comte. Em 10/12/1891 foi nomeado para o cargo de Intendente Municipal do Distrito Federal, assumindo as pastas de Higiene, Matadouro e Praças. Manteve-se nestas funções até 12/04/1892, quando foi nomeado um novo Conselho. Durante seu mandato, foi aprovado junto ao Conselho de Intendência o Serviço Municipal de Socorro aos Variolosos e a vacinação contra a doença. Face à resistência popular, posturas municipais eram republicadas requerendo a obrigatoriedade da vacinação em crianças e o retorno para exame de pústula. O Instituto Vacínico Municipal do Rio de Janeiro foi importante produtor da vacina contra a doença, recebendo subvenções para a produção, que era enviada à Inspetoria Geral de Higiene. Assinou, neste período, uma das posturas urbanas de maior repercussão, que proibiu a construção de novos cortiços no perímetro entre as praças D. Pedro II (atual Praça XV) e […]

SARAHYBA, João dos Santos

Conhecido advogado, poeta, abolicionista, João dos Santos Sarahyba era filho de Galdino José dos Santos Sarahyba. Juiz de direito, em fevereiro de 1878 assumiu o cargo de Promotor Público da Comarca de Itaguaí. Em agosto desse ano, teve sua casa invadida por criminosos que dispararam diversas vezes, sem atingi-lo. Parte da imprensa considerou que o atentado teve motivações políticas. Sendo Sarahyba um dos líderes do Partido Liberal, o Partido Conservador acabou sendo responsabilizado pelo crime. Em 1885, foi presidente da Câmara Municipal. No ano de 1891, durante cinco meses, foi Diretor do Diário Oficial. Após este período, passou a integrar o 3º Conselho modificado da Intendência Municipal, assumindo a Intendência de Praças e de Higiene de julho até dezembro de 1891. Durante a sua gestão na Intendência de Higiene esteve incumbido de estudar a questão da carestia da carne verde no Distrito Federal, junto do Intendente de matadouro, Ignácio Alves Corrêa Carneiro, e do Intendente de Viação Geral, Carlos Augusto de Avilez Barrão. Com a renúncia do Presidente da República, que culminou no pedido de exoneração de José Felix da Cunha Menezes da Presidência do Conselho de Intendência Municipal, o Tenente-coronel João Lopes Carneiro Fontoura, o intendente mais velho do […]

BARRÃO, Carlos Augusto de Avilez

Carlos Augusto de Avilez Barrão graduou-se em engenharia civil, desempenhando diversas funções na área. Foi Chefe da Seção de Conservação da Estrada de Ferro D. Pedro II (1882); Vice-presidente da Associação Geral de Auxílios Mútuos da Estrada de Ferro D. Pedro II (30/06/1890); engenheiro residente da Estrada de Ferro Central do Brazil (24/07/1890), sendo removido deste cargo para o de Chefe de Distrito de Inspeção Geral das Obras Públicas da Capital Federal, responsável pela Estrada de Ferro do Rio do Ouro (1890), onde se aposentou por invalidez em 1891. Em 1890, se candidatou ao cargo de Deputado Federal sem ser eleito. No ano seguinte, assumiu interinamente as Intendências de Matadouro e Inflamáveis do Distrito Federal, tornando-se efetivo nesta última e acumulando também as Intendências de Viação Geral e de Obras. Em 10/12/1891, exonerou-se dos três cargos junto ao Conselho de Intendência. Segundo registros, em setembro de 1893, participou de ataques feitos por navios da marinha contra a capital do Estado do Rio de Janeiro – Niterói – durante a Revolta da Armada, representando os revoltosos contrários ao governo do Marechal Floriano Peixoto. Foi membro do Conselho Diretor do Clube de Engenharia, integrando a Comissão das obras de abertura da Avenida […]

BARROS, Eduardo de

Eduardo Henrique de Barros nasceu em 13/10/1860, no Rio de Janeiro. Formou-se pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, em dezembro 1883, tendo a sua tese aprovada plenamente. Especialista em vias urinárias e operações cirúrgicas, atendia os seus pacientes na Clinica Medico-cirúrgica, localizada na Rua da Assembleia, nº 78 . Também atuava no Hospital da Santa Casa de Misericórdia, no Centro do Rio de Janeiro, e no Hospital da Beneficência Portuguesa, na Rua Santo Amaro, no bairro da Glória. Tratou diversos pacientes acometidos pela Febre Amarela . Em 1890, compôs Comissão de Saneamento que foi à cidade de Campinas para prestar socorro à população, que sofria com um surto da doença. Em abril de 1890, foi designado médico do Matadouro de Santa Cruz. De agosto a dezembro do mesmo ano, atuou como interino da Intendência de Higiene do Distrito Federal, sendo substituto do sr. João Alfredo Piragibe. Médico da municipalidade, em 1891 abdicou do seu cargo para atuar como docente da Faculdade de Medicina, recebendo por unanimidade, um voto de louvor dos seus ex-colegas durante sessão do Conselho de Intendência, proposta essa encaminhada pelo Sr. João Alfredo Piragibe, titular da Intendência de Higiene neste momento. Na instituição, era titular da cadeira de Operações e […]

CARVALHO, Manoel Emílio Gomes de

Filho de Manuel Gomes de Carvalho, 1º Barão do Rio Negro, Manoel Emílio Gomes de Carvalho nasceu em Vassouras, na província do Rio de Janeiro, em 20/02/1859. Mudando-se para a cidade do Rio de Janeiro, residiu com a sua família de 1870 a 1900 num solar localizado na Rua Santo Amaro, no bairro da Glória, onde hoje funciona o INCRA – Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária. Formou-se em direito, concluindo seus estudos em São Paulo. Em 07/03/1890 foi nomeado pelo Ministro do Interior, Cesário Alvim, Intendente de Justiça do Distrito Federal. No mês seguinte, assume interinamente as Intendências de Higiene e de Praças. Durante a sua gestão, apresentou junto do Intendente de Higiene, José Félix da Cunha Menezes, projeto de postura urbana sobre hotéis, restaurantes, casas de pasto e de pensão, tascas, quitandas e carvoarias. A partir de 1º de Julho de 1890, estes espaços teriam 6 meses para adequar-se ao novo regulamento que previa a utilização de ladrilhos brancos e de revestimentos impermeáveis, utilização de tampos de mesa de mármore ou ardósia nas tascas, a disposição de aves em gaiolas de ferro ou arame, dentre outras. Em 1892 passou a residir na Europa, desenvolvendo pesquisas históricas. Tornou-se […]

CARVALHO FILHO, Vicente José de

Vicente José de Carvalho Filho nasceu no Rio Grande do Sul, na cidade de Porto Alegre, sendo filho de José Vicente de Carvalho e de Camilla Deolinda de Carvalho. Graduado em Engenharia Civil,  Vicente de Carvalho Filho trabalhou na Companhia Inglesa Estrada de Ferro da Bahia ao São Francisco como chefe de prolongamento. No início de 1887, Carvalho compôs uma comissão da Sociedade de Geografia do Rio de Janeiro, formada ainda por José Carlos de Carvalho e Humberto Saraiva Antunes, enviada à região de Ipoeira de João Venâncio para examinar um meteorito que havia lá caído em meados do século XVIII e estudar meios de transportá-lo para o Museu Nacional. Segundo a Revista de Engenharia, o Meteorito Bendegó, como ficou conhecido, descoberto em 1784 por Joaquim da Motta Botelho, foi considerado uma das maiores massas de ferro caídas na Terra até aquele momento, tendo causado grande depressão no terreno da queda e espalhado muitos estilhaços pelo seu entorno. Segundo a Revista, o meteorito possuía 7 pés de comprimento, 4 de largura e 2 de altura, pesando mais de 6 toneladas. Amostras de sua massa estavam espalhadas por museus da Europa. Em 27/11/1888, o meteorito foi recolhido ao Museu Nacional, na Quinta […]

MENEZES, José Félix da Cunha

Nascido no dia 04/11/1844, na cidade de Salvador, Bahia, José Félix da Cunha Menezes era filho do Barão e da Baroneza do Rio Vermelho. Formou-se em Medicina pela Faculdade da Bahia e bacharelou-se em Ciências Sociais e Jurídicas pela Faculdade do Recife. Durante a Guerra do Paraguai serviu por três anos como 1º Tenente Cirurgião da Armada, a bordo da canhoneira La Velou. Por seus serviços, recebeu o oficialato da Real Ordem da Coroa da Itália. Aposentou-se da carreira militar em 1874. Republicano e abolicionista, durante o governo provisório foi nomeado para o Conselho Municipal de Intendentes. Em 27/02/1890 assumiu a pasta de Higiene, que no mês seguinte teria sua nomenclatura alterada para Higiene e Praças. Em agosto deste ano acumulou a presidência do Conselho, cargo equivalente ao de Prefeito. Substituiu Ubaldino do Amaral, então presidente, após as pressões sofridas pelo governo Municipal devido ao indeferimento feito ao pedido de extensão das linhas de bonde da Companhia Jardim Botânico até Copacabana, na tentativa de forçar melhorias nas estruturas já existentes. Ao assumir a Intendência, José Félix assinou os contratos de renovação da exploração de bondes. Dentre as reformas desenvolvidas em seu governo, destaca-se a quitação da dívida municipal e a […]

LAMARE SOBRINHO, Joaquim Raymundo de

Nascido no Rio Grande do Sul, em 30/05/1844, Joaquim Raymundo de Lamare Sobrinho era descendente de tradicional família de militares, com pelo menos seis almirantes. Seu tio, Joaquim Raymundo de Lamare – Barão De Lamare –, de quem herdou o nome, foi Ministro da Marinha e Senador do Império do Brasil de 1882 a 1889. Era filho de Rodrigo Antonio de Lamare e Maria Joaquina de Almeida de Lamare.  Aos 20 anos participou da Guerra do Paraguai. Atuou nos combates de Paysandu nos dias 6, 8 e 11 de dezembro de 1864, sendo ferido neste último. Recebeu ao longo da vida diversas condecorações, a maioria delas conquistadas em combate, dentre essas a de decano dos sobreviventes da campanha do Paraguai. Em 14/08/1890, tomou posse do cargo de Intendente de Inflamáveis junto ao segundo Conselho de Intendência Municipal do Rio de Janeiro. Enquanto intendente, assumiu como interino a Diretoria Geral do Matadouro de Santa Cruz e a Intendência de Obras. Em 1890, junto aos intendentes Alfredo Piragibe e Augusto de Vasconcellos, formou a comissão encarregada de propor medidas para controle da venda de carne durante a crise de fornecimento. Em outubro deste ano, apresentou projeto em parceria com estes intendentes sobre o fechamento das […]

COSTA, Domingos de Almeida Martins da

Domingos de Almeida Martins da Costa nasceu no dia 15/07/1848, em vila do Brejo dos Anapurus, Maranhão. Fez seus estudos em Humanidades no colégio Nossa Senhora das Mercês, em São Luís. Mudou-se para o Rio de Janeiro em 1870, onde cursou Medicina na Faculdade do Rio de Janeiro, formando-se em 1876. Sua tese foi aprovada com nota de distinção, sendo escolhido para defendê-la na presença do imperador D. Pedro de Alcântara. Começou a clinicar em 1876, ano de sua formação, durante uma epidemia de febre amarela. Por seus serviços, foi agraciado com a condecoração de Cavaleiro da Ordem da Rosa. No mesmo ano, tomou posse na Academia Imperial de Medicina. Nomeado ajudante de Inspetoria de Saúde do Porto, viajou a estudo pela Europa. Colaborou ativamente para a fundação da Policlínica Geral do Rio de Janeiro no ano de 1881. Foi um dos fundadores da Faculdade Livre de Ciências Jurídicas e Sociais em 1882 e, no ano seguinte, foi aprovado em concurso para a cadeira de Clínica Médica da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Em 12/12/1889, foi nomeado membro da primeira Intendência da Capital do governo provisório, assumindo a pasta de Higiene. Permaneceu no cargo até 24/02/1890. Fundou, em […]

LORENA, Frederico Guilherme

Militar, com posto de Capitão de Mar e Guerra, Frederico Guilherme Lorena foi nomeado, em 10/12/1891, para a Intendência Municipal do Distrito Federal. Neste período, chefiou as Intendências de Inflamáveis e Geradores à Vapor e de Instrução e Estatística. Exonerou-se destas funções em 05/12/1892, junto ao Conselho Municipal de Intendentes. Nomeado Primeiro Comandante do cruzador Almirante Tamandaré em 1890, foi um dos líderes revoltosos de 1893, sendo posteriormente considerado um desertor pela Marinha. Em 14/10/1893, após decreto assinado pelos insurgentes, é instalado um Governo Federal paralelo e provisório, com Capital na cidade de Nossa Senhora do Desterro (hoje Florianópolis), em Santa Catarina, sob a sua chefia, cujo poder foi conferido pelo chefe da Armada Brasileira, Custódio José de Mello, líder da Revolta da Armada. Foram nomeados neste momento como seus Ministros Annibal Eloy Cardoso, encarregado das pastas de Guerra e, interinamente, de Fazenda e Relações exteriores, e o 1º Tenente João Carlos Mourão dos Santos, responsável pelas pastas de Justiça e Interior e de Viação, indústria e obras públicas. Localizado pelas forças republicanas brasileiras em Montevidéu, foi preso e executado a mando do Coronel Moreira César, junto a seus sobrinhos, o 1º Tenente Delfino Lorena e o Guarda-Marinha Pedro Lorena. Foi […]

UCHÔA CAVALCANTI , José Barbalho de

Nascido em Pernambuco, José Barbalho de Uchôa Cavalcanti pertencia a família de políticos influentes de Sirinhaém. Era filho do Senador do Império, Álvaro Barbalho Uchôa Cavalcanti, e de Ana Maurício Vanderlei Cavalcanti, e irmão de João Barbalho Uchôa Cavalcanti, que, dentre outras funções, foi Ministro dos Transportes no governo de Deodoro da Fonseca, Senador e Ministro do Supremo Tribunal Federal, aposentando-se nesta função em 1906. Formado em Engenharia pelo Instituto de Engenheiros Civis de Londres, em dezembro de 1889 assumiu, em primeira ocupação, o cargo de Intendente de Obras do Rio de Janeiro, função que desempenhou até fevereiro de 1890. No ano seguinte, foi contratado pela Câmara Municipal de Juiz de Fora para elaborar nova planta cadastral da cidade. Retornou para o Rio de Janeiro em 1892, conduzindo os trabalhos de aterramento da lagoa Rodrigo de Freitas junto ao engenheiro Antônio de Carvalho Paes até 1894, quando as obras voltam a ser de responsabilidade da Companhia Melhoramentos da Lagoa e Botafogo. Foi nomeado, em 1901, liquidante provisório da Companhia Evoneas Fluminense, empresa privada criada em 1876 que recebia incentivos fiscais para a construção de vilas operárias. Junto a S.B. Passos, compra em agosto deste ano a concessão para exploração rodoviária […]

MATTOS, José da Silva

José da Silva Mattos nasceu em 02/03/1840. Advogado, foi 1º Delegado de Polícia da Corte, juiz, pretor da 6ª pretoria da Capital Federal e um dos Diretores da Companhia Fábrica de Papel Guttenberg. Em junho de 1891 passou a integrar o Conselho de Intendência Municipal, sendo nomeado para o cargo de Intendente de Justiça e, no mês seguinte, para a Intendência de Instrução e Estatística. Também assumiu interinamente as Intendências de Higiene e de Praças. Permaneceu no Conselho por um curto período de tempo, exonerando-se com os outros integrantes em dezembro do mesmo ano. Neste período, formulou projeto de postura que proibia a lavagem de roupas para terceiros enquanto não eram estabelecidas lavanderias públicas na Capital. A medida visou impedir que em avenidas, cortiços e etc., fossem constituídas lavanderias particulares. Em 1894, como Delegado da Capital Federal, recebeu do Ministério da Guerra a honra de Capitão, devido aos serviços prestados com dedicação e lealdade durante as revoltas de 1893. Foi secretário da Irmandade de Nossa Senhora da Conceição da Gávea, região onde também trabalhava e morava. Faleceu em 23/11/1901, no Rio de Janeiro. Era casado com Elvira Amélia Pereira da Silva Mattos.   José Ygor Silva Pena Luiza Ferreira

PIRAGIBE, João Alfredo

Nascido em 09/06/1847, João Alfredo Piragibe era filho do ilustre General José Piragibe, e de Cândida Joaquina da Costa Piragibe. Médico, formou-se pela Faculdade do Rio de Janeiro, atuando mais tarde como cirurgião da Guarda Nacional. Na vida política, foi vereador da Câmara Municipal do Distrito Federal em 1884. Ingressou em 1890 no 3º Conselho Municipal de Intendência do Distrito Federal, assumindo entre 1890 e 1891 as Intendências de Instrução e Estatística, de Higiene, e ainda, interinamente, as Intendências de Patrimônio e de Justiça. Como Intendente, criou grupos de estudos para compor um projeto de posturas sobre o comércio de leite. Apresentou, em outubro de 1890, junto dos intendentes Augusto de Vasconcellos e Joaquim de Lamare, projeto, posteriormente aprovado, sobre o fechamento das casas de negócios aos domingos, abrindo-se exceção para tavernas, que funcionariam até as 6 horas da tarde e às farmácias, hotéis, casas de pasto, confeitarias, padarias, botequins, cafés, bilhares e açougues, que poderiam ficar abertos durante todo o dia. Na intendência de Higiene, assinou, em agosto de 1890, projeto de postura sobre chiqueiros, que definia que “nas paróquias do Sacramento, S. José, Candelária, Santa Rita, Glória, Lagoa, S. Cristóvão, Engenho Velho e Engenho Novo, não [era] permitido […]

CORREIA, Francisco Simões

Francisco Simões Correia nasceu na cidade de Valença, Rio de Janeiro, em 21/03/1848. Médico, graduou-se em dezembro de 1876 pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro.  No ano seguinte, foi nomeado Cirurgião do Corpo e Saúde da Armada, pedindo demissão alguns meses depois. Simões Correia teve importante atuação na fundação de diversos periódicos médicos. Enquanto ainda era estudante, em 1872, fundou com Nuno de Andrade, Martins Costa, Lycurgo Santos, J. Passeyro, a Imprensa Médica. Dois anos mais tarde, criou junto a Lycurgo Santos, o Archivo Médico. Promoveu também a revista Medicina e Cirurgia, dirigindo a redação nos três anos iniciais da publicação. Entre 1892 e 1893, escreveu diversos artigos sobre higiene municipal no Echo do Povo, jornal de Juiz de Fora. Em dezembro de 1890 foi empossado Intendente Municipal do Rio de Janeiro, ficando responsável pelas pastas de Instrução e Estatística, Higiene e de Matadouro. Durante a sua gestão, enfrentou greve de trem que dificultou o trânsito de carne verde do Matadouro de Santa Cruz para o centro urbano. Em abril de 1891, escreveu relatório propondo melhorias no transporte da carne e na estrutura do matadouro. Exonerou-se do cargo de intendente em 26/05/1891. No mesmo ano foi nomeado catedrático […]

MILANEZ, Abdon Felinto

Abdon Felinto Milanez nasceu em 1830, no município de Areia, província da Paraíba. Foi casado com Gioconda Cotegipe Milanez, com quem teve três filhos: o músico e engenheiro Abdon Felinto Milanez Filho, o deputado federal Prudêncio Cotegipe Milanez e Álvaro Felinto Milanez. Formou-se pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro aos 27 anos. Retornou à Paraíba, onde atuou como Médico Cirurgião do Corpo de Saúde do Exército, Inspetor de Saúde Pública e Vacinador na campanha contra a epidemia de varíola. Em seu estado natal, foi Deputado Provincial entre 1878 e 1881, tendo presidido a Assembleia Legislativa nos dois primeiros anos. Após o fim do mandato como Deputado, volta ao Rio de Janeiro, integrando a equipe de Comissários Vacinadores do Instituto Vacínico. Em 05/05/1892, foi nomeado pelo Conselho de Intendência do Distrito Federal para assumir a pasta de Higiene. Por menos de um mês também foi responsável pela Intendência de Matadouro. Exonerou-se do cargo de Intendente em agosto do mesmo ano. Entre 1894 e 1902, foi Senador pelo estado da Paraíba. Em concomitância com os serviços prestados no Palácio Conde dos Arcos, sede do Senado, Abdon Milanez também exerceu os postos de Delegado Vacinador da Polícia Sanitária do Distrito Federal, Médico […]

MORAES, Eduardo José de

Eduardo José de Moraes nasceu na Bahia, em 30/05/1830. Bacharel em Matemática e Ciências Físicas, foi também Engenheiro Geógrafo e Civil pela Escola Central do Império. Assentou praça no Corpo de Engenheiros do Exército em 07/02/1857, sendo promovido a alferes aluno em 14/03/1858. Posteriormente, ascendeu ao posto de 1º Tenente do Corpo de Engenheiros. Combateu na Guerra do Paraguai, sendo condecorado com a medalha de Campanha do Paraguai e com a de Mérito à Bravura Militar. Em 13/08/1890 foi também agraciado como cavaleiro da Ordem de Aviz. Em 1869, publicou Navegação interior do Brasil, projeto que ficou conhecido como Plano Moraes. O projeto visava a integração do país através da unificação de bacias hidrográficas por uma rede de navegação fluvial, e estradas que ligavam o litoral (Rio de Janeiro, Salvador e Recife) à bacia do Rio São Francisco. Com o intuito de melhorar a comunicação entre as províncias, chegou a propor a transferência da Corte Imperial para o interior, à beira do rio São Francisco. Atuou como engenheiro chefe da Estrada de Ferro de Paulo Affonso e fiscal do governo junto à companhia Inglesa da Via Férrea que ligava Santos à Jundiaí. Em 07/03/1890, o então Tenente-coronel foi nomeado Intendente Municipal do Distrito […]