Imagem

SOUZA, Joaquim Couto de
Secretário do Interior e Segurança do Estado da Guanabara; Deputado do Estado da Guanabara

Joaquim Couto de Souza nasceu em 27 de dezembro de 1911 e foi casado com Lourdes Couto de Souza. Ingressou nas forças armadas em 08 de maio de 1929, onde fez cursos de moto-mecanização e cavalaria. Era especialista em transportes no exército já no início da década de 1940, quando viajou aos Estados Unidos para fazer outros cursos. Ao retornar, alcançou o posto de capitão do exército.

Em 1947, elaborou um trabalho para a centralização dos serviços de transportes da Prefeitura do Rio de Janeiro. Seu estudo foi fundamental para embasar a criação da Superintendência de Transportes da Prefeitura do Distrito Federal, órgão que teria autonomia para administrar os veículos pertencentes à prefeitura – a compra e venda destes, a distribuição para cada secretaria etc. – e os transportes de materiais de responsabilidade do Estado. É chamado para assumir o cargo de Superintendente de Transportes logo após a criação deste órgão, e já no ano seguinte comanda o projeto da construção da nova sede da superintendência.

Entre 1947 e 1950, participa de diversas comissões organizadas pela prefeitura, como a comissão para estudar as carreiras e os aumentos dos funcionários públicos; e a comissão para resoluções dos problemas relacionados às favelas cariocas, lidando diretamente com a distribuição de casas e mudanças. Depois de deixar a superintendência, assumiu o cargo de inspetor mercantil — fazendo parte do quadro permanente de funcionários municipais —, e participou da comissão de ornamentação montada para o carnaval de 1950. No ano seguinte, foi promovido a major do exército e eleito vereador do Rio de Janeiro pelo PDS, deixando o cargo de inspetor administrativo.

Nesse período, participou da comissão de economia e finanças, tornou-se líder do PSD na câmara, presidiu a Região Escoteira do Distrito Federal (1957-1960), além de ser muito ativo na área de esportes. Era vice-presidente de esportes amadores do Flamengo e tomou posse, em 1951, da diretoria da Federação Metropolitana de Pugilismo. Como vereador, sancionou uma lei permitindo a construção de um ginásio para os esportes do ringue e, como diretor, realizou uma temporada internacional de boxe amador, contando com campeões brasileiros e uruguaios; sendo, inclusive, árbitro geral de diversas lutas. Também participou da Confederação Brasileira de Atletismo e da Confederação Brasileira de Esgrima. Com a Confederação de Esgrima, consegue realizar um campeonato sul-americano, que acaba sendo disputado no Rio de Janeiro por conta da cidade-sede, São Paulo, passar por problemas financeiros. Problemas que também existiam no Rio, e que se evidenciaram quando o vereador participou ativamente da tentativa de construção de um ginásio de basquete no Maracanã, com o intuito de receber o mundial deste esporte, previsto para outubro de 1954. Por isso, a competição – que se encerra com o Brasil em segundo lugar – acaba sendo realizada em estádio improvisado.

Mas suas atividades como vereador não se limitaram aos esportes. Criou o Departamento Municipal das Crianças, propôs diversos projetos de lei, e foi ativo nas discussões sobre administração econômica da cidade, chegando a se tornar personagem central de uma polêmica, no ano de 1956, quando o Mercado Municipal foi acusado de, por possuir monopólio de diversos produtos, praticar preços abusivos destes. O vereador propôs um tabelamento de preços que recebeu um considerável apoio, e a prefeitura prometeu fiscalização para que fosse cumprida uma tabela já existente.

Não consegue a reeleição para vereador em 1958, quando termina seu mandato. Mas, dois anos depois, torna-se Secretário do Interior e Segurança do Estado da Guanabara. Ainda na década de 1960, volta a ocupar a Superintendência de Transportes da Prefeitura do Distrito Federal. Foi eleito deputado do Estado da Guanabara em 1966, pelo MDB, e reeleito em 1970, mesmo com um pedido de impugnação da candidatura, que foi recusado pelo TRE. Não há muitos registros acerca das atividades realizadas nestes mandatos.

Aposenta-se como servidor público em 1973.

Rafael Martins de Araujo

Fontes

Palavras-chave