SOUTELLO, Edgard Ferreira de Carvalho
Secretário Geral de Viação e Obras Públicas

Nascido no dia 14 de janeiro, Edgard Ferreira de Carvalho Soutello estudou no Colégio Pedro II e formou-se na Escola Politécnica do Rio de Janeiro. Casou-se com Edith Fernandes Soares em abril de 1929, cerca de um mês depois de ser aprovado em concurso para o cargo de engenheiro civil do Distrito Federal.

Em 1935, depois de alguns anos de experiência como engenheiro da prefeitura, assumiu interinamente o cargo de engenheiro chefe. Logo em seguida, tornou-se chefe da Comissão Especial de Compras da Secretaria-Geral de Viação, Trabalho e Obras Públicas e chefe do Distrito de Obras Públicas, posto que ocupou até 1946. Homenageado pelos moradores de Jacarepaguá por diversos serviços prestados ao bairro, foi designado diretor do Departamento de Limpeza Pública da Prefeitura, acumulando esta função com a de Diretor de Concessões na Secretaria-Geral de Viação e Obras Públicas.

Ao se responsabilizar pela limpeza da cidade, Edgard Soutello fez diversas reclamações públicas acerca das condições financeiras e operacionais do Departamento de Limpeza, principalmente no que se referia à remoção de lixo. Insatisfeito, demitiu-se do cargo em 1952. Esses problemas persistiam quando Soutello foi nomeado Secretário-Geral de Viação e Obras Públicas em 1956, e por isso, ao assumir a secretaria, ele faz diversas declarações prometendo uma “batalha contra o mau cheiro”. Como secretário, ele também integrou a comissão que elaborou os estudos para a implantação de ônibus elétricos na zona sul e metrôs na zona norte da cidade e foi responsável pela fiscalização de diferentes obras pluviais que buscavam o melhoramento do abastecimento de água do Rio de Janeiro, que passava por uma severa crise.

Em 1957, Edgard Soutello foi acusado por um grupo de vereadores de participar de inúmeros esquemas de corrupção. O principal esquema envolveria a manipulação de linhas de lotação, no qual ele venderia linhas para alguns vereadores em troca de propina. Segundo Gladstone Chaves de Melo, o principal acusador, essas vendas ocorreriam no gabinete do próprio prefeito. Depois do surgimento de algumas testemunhas, o caso foi levado para inquérito, que terminou sendo considerado inconclusivo.

Em meio à crise política e financeira, o prefeito Francisco Negrão de Lima buscava financiamento estrangeiro para colocar em prática algumas obras planejadas por ele e sua equipe. Contudo, o prefeito teve seu pedido de empréstimo junto aos Estados Unidos negado pelos vereadores, que exigiam a troca de quase todo o secretariado por conta dos escândalos na câmara. Nesse contexto, Edgard Soutello colocou a disposição seu cargo de Secretário de Viação e Obras, dizendo-se injustiçado e afirmando que “à câmara só interessa fazer política e eu não sou político”. Foi exonerado do cargo poucos meses depois.

Em 1960, ele foi designado ao departamento de obras, seguindo na carreira pública até falecer, em junho de 1968.

Rafael Martins de Araujo

Fontes

Palavras-chave