Destacado educador e defensor da bandeira da educação católica, Teobaldo de Miranda Santos nasceu em 22/06/1904, em Campos dos Goytacazes (RJ). Foi casado com a professora Carmen Menezes Santos, com quem teve cinco filhos.
Em sua cidade natal cursou o primário e o secundário no Liceu de Humanidades e na Escola Normal Oficial, mudando-se depois para Juiz de Fora (MG), onde se diplomou em Farmácia, Odontologia e Medicina Veterinária no Colégio Gramberry.
Apesar de sua formação superior, foi no campo do ensino e da educação onde iniciou sua larga carreira. Após um breve período de docência em um primário em Manhuaçu (MG), retornou a Campos em 1928, lecionando no Colégio Nossa Senhora Auxiliadora e no Liceu de Humanidades, dirigindo este último. Foi também catedrático na Escola Superior de Agricultura e Veterinária e na Faculdade de Farmácia e Odontologia da mesma cidade.
Na década de 1930, aproximou-se da Educação Católica, corrente que, em oposição aos escolanovistas encabeçados por Anísio Teixeira, exigia uma educação religiosa e conservadora dos dogmas e princípios tradicionais. Publicou diversos artigos e textos com este viés nos periódicos A Ordem e O Lar Catholico: revista social, religiosa, dedicada às famílias, compondo igualmente a Ação Católica e o Centro D. Vital, ambas as associações engajadas na propagação da ortodoxia cristã e seus desdobramentos pedagógicos. Também ministrou cursos sobre o tema no Instituto Católico.
Em 1938, transferiu-se para Niterói, então capital do Estado do Rio de Janeiro, para lecionar no Instituto de Educação. No mesmo período, passou a compor o corpo docente da Universidade do Distrito Federal, ficando responsável pelo curso de práticas educativas. Igualmente ministrou aulas na Faculdade de Filosofia Santa Úrsula e foi catedrático de Filosofia e História da Educação da Pontifícia Universidade Católica. Posteriormente, foi também professor de pedagogia na Escola de Serviço Social e de física no Colégio Sion, finalmente aposentando-se do magistério em 1958 para se dedicar à escrita.
Concomitantemente, ingressou na administração pública, ocupando o cargo de Diretor do Departamento de Educação Técnica e Profissional, em 1941. Nesta posição, reformulou o ensino técnico no Distrito Federal. Foi Diretor do Departamento de Educação Primária, em 1942; e Diretor do Departamento de Difusão Cultural. Nestes cargos, vinculados à Secretaria Geral de Educação e Cultura, por duas vezes foi escolhido para assinar pelo expediente desta secretaria, em dezembro de 1943 e novembro de 1944. Ademais, compôs a Comissão Nacional do Livro Didático, em 1944.
Publicou diferentes livros ao longo da vida, dos quais se destacam Filosofia da educação (1942), Metodologia do Ensino Primário (1958), Noções de Psicologia Experimental (1961), e Educação Moral e Cívica (1971).
Seu falecimento se deu em 21/03/1971, no Rio de Janeiro, deixando como legado sua marca na construção da educação brasileira e sua larga obra, tantas vezes reeditadas postumamente.
Caio Mathias