Filho do farmacêutico José de Lima Fontes e Rita Romero, e sobrinho do polígrafo e homem de letras Sílvio Romero, Edgard Fontes Romero nasceu em 05 de outubro de 1883 na cidade sergipana de Lagarto. Casou-se com Daura de Aguiar Fontes Romero, com quem teve 4 filhos, Maria Rita, Maria José, Maria Silvio e José Fontes, este último o qual seguira os passos do pai na política do Distrito Federal. Radicado em Madureira, transferiu-se para o Rio de Janeiro quando contava com apenas 6 anos de idade, indo morar com seu tio Joviniano Romero, honrado político das adjacências dos bairros de Madureira e Irajá. Este, por sua vez, afamado na região como médico dos pobres, acabara por granjear o mandato de deputado federal à época da chegada do sobrinho.
Com efeito, o ambiente de fecundas discussões políticas em que crescera Edgar Romero favoreceu seu interesse e posterior ingresso na carreira, elegendo-se Intendente Municipal em 1928. Entretanto, os eventos revolucionários deflagrados em 1930 fizeram com que se afastasse provisoriamente do Rio de Janeiro em virtude de seu alinhamento político, bem como dos laços de amizade que o vinculavam ao presidente Washington Luís. Neste ínterim, dedicou-se ao exercício da advocacia, retornando à máquina pública apenas em 1933 quando, em razão da Revolução Constitucionalista ocorrida no ano anterior, são convocadas as candidaturas para a Assembleia Nacional Constituinte. Ao lado de nomes como Pedro Ernesto, funda o Partido Autonomista, sob cuja legenda adentra a Câmara Municipal. O advogado exerceu diversas legislaturas ao longo de sua trajetória, tendo sua atuação circunscrita às áreas do subúrbio carioca, que abrangem os bairros de Madureira, Irajá, Pavuna e seu entorno. Outro intervalo atravessará sua vida pública, agora em decorrência dos novos tensionamentos de 1935, provocados pela Intentona Comunista, da qual Pedro Ernesto, agora Prefeito do Distrito Federal, fora acusado de participar, levando ao desligamento de todos os seus correligionários. Em demais trechos biográficos, afirma-se ter sido Edgard Romero perseguido e recolhido a bordo de um navio-prisão em razão de sua proximidade com o ex-Prefeito.
Com o fim do Estado Novo, volta uma vez mais ao locus político, participando da fundação do Partido Social Democrático (PSD), o qual chegou a presidir. Neste momento, durante a administração de Henrique Dodsworth, é nomeado para o cargo de Secretário Geral do Interior e Segurança, em que permanecera de 27 de abril de 1945 até 31 de outubro de 1945, assumindo, em seguida, o posto de Ministro do Tribunal de Contas do Distrito Federal. Ao lado de seu filho, o deputado José Fontes Romero, destacou-se como personagem fulcral no alistamento eleitoral na zona suburbana do Rio, angariando vultosos números para o partido nas eleições de 1950. Sua assídua liderança partidária na região o consagrou como líder dos subúrbios cariocas, enormemente respeitado. No mesmo ano, com José Fontes Romero e Nilo Romero, seu sobrinho e vereador, envolveu-se em dissidências partidárias, que resultaram na cisão dos Romeros com o PSD e sua subsequente transferência para as fileiras do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). Aposenta-se em 1953. Entre outros feitos memoráveis, ressalta-se a direção da Carteira de Penhores da Caixa Econômica.
Depois de longo período enfermo, faleceu em 05 de setembro de 1956, aos 73 anos, na Casa de Saúde São Miguel, onde jazia internado. Seu corpo foi sepultado no Cemitério de Irajá, conforme vontade manifestada em vida. Em seus pêsames, o comércio de todo o subúrbio da Central do Brasil fechou as portas durante o féretro.
Amanda Vilela