Filho de João Galvão e de D. Maria Joana Ramiz Galvão, Benjamin Franklin Ramiz Galvão nasceu em 16/06/1846 em Rio Pardo, RS, mudando-se para o Rio de Janeiro, então capital do Império, aos 6 anos de idade.
Tendo, em 1861, concluído sua formação secundária no Colégio Pedro II, importante instituição acadêmica de sua época e onde pode aproximar-se do imperador, ingressou na Faculdade de Medicina, graduando-se em 1868. Exerceu a profissão por alguns poucos anos, atuando como médico na Guerra do Paraguai e como cirurgião no Hospital Militar da Ponta da Armação. Sua ampla e diferenciada instrução o permitiu, posteriormente, dedicar-se ao magistério, onde lograria suas maiores conquistas. Retornou ao Colégio Pedro II, agora na posição de mestre, responsável pelas disciplinas de grego, retórica, poética e literatura brasileira. Outrossim, ocupou as cátedras de Química orgânica, Zoologia e Botânica na Escola de Medicina do Rio de Janeiro.
Devido a sua amizade com o imperador D. Pedro II, teve a oportunidade de ocupar cargos públicos honrosos e de acompanhar de perto a vida imperial, tendo sido chamado, por exemplo, para a tutoria dos príncipes. Sua boa relação com o Imperador, bem como sua valorosa intelectualidade, lhe renderam o título, por decreto de 18 de junho de 1888, de Barão de Ramiz.
Aos 24 anos, assumiu a direção da atual Biblioteca Nacional, enfrentando o desafio de restaurá-la, haja vista a situação de abandono em que se encontrava. Após visitar suas congêneres europeias entre os anos de 1873 e 1874, Ramiz Galvão empreende uma série de projetos a fim de transformar a Biblioteca Imperial em um centro de referência intelectual, capaz de salvaguardar a embrionária história do Império Brasileiro. Ao longo dos doze anos de sua gestão, destacam-se a organização da exposição camoniana de 1880, e as publicações dos Anais da Biblioteca Nacional e do Catálogo da Exposição de História do Brasil.
Ocupou ainda, na administração pública, os cargos de diretor do Asilo Gonçalves de Araújo, entre 1899 e 1931; primeiro reitor da Universidade do Brasil; e, por duas vezes, diretor-geral da Instrução Pública do Distrito Federal, de 15/08/1893 à 11/12/1893, e de 23/04/1912 à 26/03/1915.
Em 12 de abril de 1928, aos 82 anos, foi eleito para ocupar a cadeira 32 da Academia Brasileira de Letras, presidindo-a em 1934. Sua trajetória acadêmica perpassa instituições de prestígio da época, tais quais o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, do qual foi sócio benemérito e orador perpétuo; a Academia Nacional de Medicina e o Almanaque Garnier, o qual dirigiu.
Iniciou suas publicações aos 19 anos, com O púlpito no Brasil, e consagrou-se na área de Filologia com seu Vocabulário etimológico, ortográfico e prosódico das palavras portuguesas derivadas da língua grega, publicado em 1909, o qual suscitara discussões acirradas com Cândido de Figueiredo.
Faleceu em 09/03/1938, aos 92 anos, no Rio de Janeiro.
Amanda Vilela