PESSOA, Ivan Luís da Silva
Secretário Geral de Finanças

O petropolitano Ivan Luís da Silva Pessoa nasceu em 28/02/1896, no berço de tradicional família de políticos e latifundiários paraibanos, sendo filho do Comandante de Polícia Gal. José da Silva Pessoa e sobrinho do ex-presidente da República Epitácio Pessoa (1919-22). Casou-se em 1921 com Euridice Leal Lobo da Silva, mãe de seu filho Sérgio Arthur da Silva Pessoa.

Nos primeiros anos da república, escolarizou-se Colégio São Vicente de Paula, em sua  Petrópolis (RJ) natal, transferindo-se depois ao Distrito Federal para cursar a Faculdade Livre de Ciências Jurídicas e Sociais.

Iniciou sua carreira durante o mandato presidencial de seu ilustre tio, sendo nomeado auxiliar do gabinete do prefeito do Rio de Janeiro em 1919. Logo no ano seguinte, foi transferido para o posto de Agente Fiscal da Prefeitura, onde permaneceu até 1931. Participou da Aliança Liberal em torno da candidatura de Getúlio Vargas, sendo por este motivo preso, e da Revolução de 1930, cujo estopim foi a morte de seu familiar João Pessoa. Em razão disto, foi nomeado para a Comissão de Orçamento da Prefeitura em 1930, assim como para integrar a Comissão de Revisão do Código de Posturas, em 1931. Foi um dos responsáveis pela reorganização do Gabinete do Prefeito, do qual se tornou Delegado Fiscal. Igualmente foi membro do Club Municipal e presidente da Sociedade Beneficente dos Empregados Municipais.

Paralelamente, adentrou a política institucionalizada quando, após o malogro de sua candidatura à Assembléia Constituinte de 1934, filiou-se ao Partido Autonomista do Distrito Federal e foi eleito vereador por esta legenda em 1935.  Suas coligações partidárias também lhe valeram a nomeação para Secretário Geral de Finanças, em abril de 1936. Apesar de breve, seu mandato foi de grande significância na política carioca ao acusar diversos funcionários das gestões do interventor e perfeito Pedro Ernesto (1931-1934 / 1935-1936), além do próprio prefeito, por desfalques nas contas da prefeitura, iniciando assim um litígio que correria na justiça pelas décadas de 1930 e 1940. Exonerou-se do cargo em junho de 1936, ao entrar em discordância com Olímpio de Melo sobre o montante gasto no Circuito da Gávea, retornando à Câmara dos Vereadores.

Foi autor de um crime passional motivado por ciúmes, quando, em setembro de 1936, após tentar assassinar sua esposa, fuzilou o violonista José Scarcinelli na bilheteria do Theatro Municipal. Preso em flagrante, caiu enfermo e veio a falecer poucos meses depois em 07/11/1936, acometido por uma crise renal. Seu corpo foi sepultado no Cemitério São Francisco Xavier.

 

Caio Mathias

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