Um dos maiores nomes das ciências atuariais de sua geração, o baiano Lino Leal de Sá Pereira nasceu em 24/06/1880 na capital do estado, filho de Lino e Clotilde de Sá Pereira. Uniu-se em matrimônio a Helena Hoffmann Sá Pereira, dando origem a Isabela Sá Pereira.

Após frequentar os primeiros anos escolares em sua cidade natal, mudou-se em 1890 para o Distrito Federal a fim de estudar no Colégio Militar e na Escola Politécnica, onde formou-se engenheiro civil em 1901. Após trabalhar como engenheiro da Estrada de Ferro Central do Brasil entre 1903 e 1905, prosseguiu os estudos na Alemanha, onde cursou as politécnicas de Munique e Charlottenburg.

Ao retornar ao Brasil, tornou-se docente em 1912 da Escola Politécnica de São Paulo, transferindo-se em 1917 para a sua congênere no Rio de Janeiro, alçando o cargo de Catedrático da cadeira de Resistência dos Materiais e Grafostática em 1925. Foi também nomeado por comissão para professorar na Escola Técnica do Exército entre 1936 e 1937 e eleito membro do Conselho Técnico Administrativo da Escola Nacional de Engenharia em 1945.

Seu envolvimento com a administração pública data de 1920, quando foi designado para chefiar uma seção da Inspetoria de Engenharia Sanitária, onde permaneceu até 1924. Neste último ano, prestou também serviços de Consultor Técnico da Diretoria Geral de Propriedade Industrial. Em 1937, em função do prestígio adquirido no magistério, foi escolhido pelo interventor Henrique Dodsworth (1937-1939) para liderar a Secretaria Geral de Finanças. Seu mandato ficou marcado pelas reformas tributária e do imposto sobre localização que realizou. Porém um ano após o início de sua gestão, em 1938, requisitou sua exoneração após a contenda que se envolveu com o Juiz Ribas Carneiro.

A partir de então, passou a presidir a comissão de organização do que viria a ser o Instituto de Pensões e Assistência aos Servidores do Estado (IPASE), projeto que já estava à frente desde fins da década de 1920 a pedido do então ministro da fazenda Getúlio Vargas. Quando o IPASE foi finalmente criado, Sá Pereira tornou-se o seu primeiro presidente, posto que ocupou até 1941. Concomitantemente,  foi responsável pela criação da Caixa Reguladora de Empréstimos da Prefeitura do Distrito Federal em 1939. Foi também um dos membros do Conselho Diretor quando da criação da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Prestou serviços organizando os planos atuariais das Companhias Sul-America, Cruzeiro do Sul, Kosmos e Uranos.

Aposentado desde 1949, foi acometido por um derrame cerebral vindo a falecer na madrugada de 24/04/1953, no Hospital dos Servidores. Foi sepultado no cemitério São João Batista.

Caio Mathias