Expoente do Modernismo Paraense, o escritor e diplomata Oswaldo Orico nasceu em 29/12/1900, na cidade de Belém, fruto do casal Manuel Félix Orico e Blandina Costa Orico. De seu matrimônio com Clara Velho Leivas de Carvalho nasceu a cantora popular e atriz Vanja Orico, grande divulgadora da obra de seu pai.
Tendo terminado os anos escolares em sua cidade natal, transladou-se para o Rio de Janeiro a fim de cursar a Faculdade de Direito em 1919. No ano seguinte, passou a integrar o quadro docente da Escola Normal à frente da cadeira de língua portuguesa, mesma posição que ocupou no Colégio Pedro II a partir de 1925. Todavia, dividiu a magistratura tanto com suas atividades literárias e jornalísticas, quanto na política, assessorando importantes vultos da capital federal. Em 1927, tornou-se inspetor do ensino secundário e comercial, o que o levou a realizar constantes viagens de vistoria pelo sul do país.
A revolução de 1930 e a deposição do antigo Diretor Geral de Instrução Pública Municipal, Fernando de Azevedo, abriu o caminho para que Oswaldo Orico passasse a comandar a pasta. E os 20 dias de sua gestão pautam-se exatamente por uma tentativa de ruptura com a política de seu antecessor. Todavia, suas críticas ao movimento revolucionário de outubro e seus vínculos com antigas elites do norte do país – tais como Estácio Coimbra, Rego Barros e Mattos Peixoto -, levaram o Centro de Defesa dos Ideais Revolucionários a pedir pela sua exoneração. Orico acatou os pedidos e em 18/11/1930 demitiu-se do cargo, sendo sucedido por Raul de Faria.
Manteve-se na educação pública carioca até 1932, data em que se retirou da docência da Escola Normal. Seu envolvimento com a educação pública, contudo, não se encerrou nesta data. Posteriormente, foi designado Secretário Geral de Educação do Pará em 1936, retornando depois ao Distrito Federal ao ser nomeado para exercer funções no Ministério da Educação e Saúde.
Paralelamente às funções que exerceu no serviço público, manteve ao longo da vida larga atividade literária, que incluem textos jornalísticos, romances, contos, poemas e trabalhos historiográficos. Dentre suas publicações, destacam-se os títulos “Dança dos pirilampos” (1923); “O melhor meio de disseminar o ensino primário no Brasil” (1928); “Vida de José de Alencar’’ (1929); “O demônio da Regência” (1930); “O tigre da Abolição’’ (1931); “Vocabulário de crendices amazônicas” (1937); “Seiva” (1937); e a reunião póstuma de contos “A vida imita os contos” (1995), prefaciada por Jorge Amado. Sua obra foi por duas vezes adaptada para o audiovisual, no filme “Yalis, a flor selvagem” (1955), protagonizado por sua filha, e na minissérie produzida pela TV Manchete “O Farol” (1991).
Foi eleito imortal da Academia Brasileira de Letras em 1937, ocupando a cadeira de número 10. Em homenagem póstuma, a ABL criou o Prêmio Oswaldo Orico, com o intuito de gratificar trabalhos sobre a Amazônia.
Vítima de insuficiência cardíaca, foi internado no Hospital dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro, onde veio a falecer em 19/02/1981. Após ser velado no Salão dos Poetas Românticos do Petit Trianon, foi finalmente sepultado na jazida de sua família no cemitério São João Baptista.
Para maiores informações, ver:
ORICO, Osvaldo. Verbete/FGV-CPDOC. Disponível em: <http://www.fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/verbete-biografico/orico-osvaldo> Acessado em 19/02/2018
Caio Mathias