Filho de Francisco Baeta Neves e Julieta Teixeira, Paulo Baeta Neves nasceu em Conselheiro Lafaiate (MG) no dia 02 de agosto de 1898 e foi casado com Marina Sevilha Baeta Neves, com quem teve dois filhos.
Após deixar Minas Gerais e ir ao Rio de Janeiro, formou-se na Faculdade de Direito em 1921. Seis anos depois, começou a trabalhar no comércio e a se envolver com os grupos trabalhistas que se formavam no Brasil, sendo nomeado segundo tesoureiro da associação “União dos Empregados do Comércio de Belo Horizonte”. Já no início da década de 1930, integrou as delegações mineiras do Congresso Sindicalista Nacional e se tornou presidente da Federação do Trabalho de Minas Gerais e do Partido Popular Democrático do Distrito Federal.
Secretário da Federação das Uniões dos Vendedores e Viajantes Comerciários e presidente do Partido Popular Democrático durante o Estado Novo, participou de importantes congressos nacionais e internacionais acerca do comércio no Brasil, tornando-se membro do conselho da Federação dos Sindicatos dos Empregados do Comércio do Rio de Janeiro.
Com o fim do Estado Novo em 1945, foi uma das figuras de destaque na fundação do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), do qual se tornaria presidente em 1947, depois de ser eleito deputado à Assembleia Nacional Constituinte no Distrito Federal. Mesmo em meio a diversas disputas internas no PTB, Baeta Neves integrou a diretoria central do partido e concorreu novamente a um mandato federal em 1950, mas conseguiu apenas a suplência.
Em 1951, foi nomeado presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio, cargo no qual tomou a iniciativa de promover campanhas pela criação do Seguro Desemprego. Além disso, participou da Conferência Internacional do Trabalho realizada em 1952, em Genebra. Após esse período, foi designado membro do Conselho Superior das Caixas Econômicas Federais.
Secretário Geral do Interior e Segurança do Distrito Federal entre fevereiro e março de 1956, disputou o pleito novamente em 1954 e em 1958, mas não conseguiu se eleger. Só voltou à Câmara dos Deputados em 1962, já com o novo Estado da Guanabara instaurado depois da mudança da capital para Brasília. Após a derrubada do então presidente João Goulart e a implementação do governo militar, em 1964, inúmeros mandatos foram cassados e Baeta Neves assumiu uma cadeira na Câmara. Em 1965, com o Ato Institucional n° 2 que instaurava o bipartidarismo no Brasil, filiou-se ao Movimento Democrático Brasileiro (MDB), partido de oposição ao regime militar.
Faleceu em 1966 em pleno exercício do mandato, vítima de uma hemorragia gástrica.
Rafael Martins de Araujo