Raul Mourão de Araújo Maia nasceu em 1892, no Rio de Janeiro. Era neto de Teófilo Ottoni, filho do comerciante Joaquim de Araújo Maia e de Maria Mourão de Araújo Maia. Casou-se em 1918 com a filha do General Augusto Tasso Fragoso, Marina Tasso Fragoso, e após o falecimento desta, em segundas núpcias com Carmen de Monfort Ivancko em 1948.
Cursou as primeiras letras no Externato do Ginásio Nacional, hoje Colégio Pedro II, onde fez parte do corpo editorial do Jornal A Vontade. Concluiu os seus estudos na Escola Politécnica do Distrito Federal, bacharelando-se engenheiro civil em 1917.
Apesar de sua formação, seguiu os passos de seu pai ao iniciar sua trajetória no comércio na empresa familiar Araújo Maia & Cia, tornando-se seu sócio majoritário em 1920. Após o impacto mercantil da Crise de 29, junto de seu sogro Gal. Tasso Fragoso apoiou a Revolução de 1930, ascendendo a diversas comissões governamentais de caráter econômico. Paralelamente, passou a compor a Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ), sendo eleito seu vice-presidente e presidente em 1934-35, durante a comemoração do centenário desta agremiação patronal. Todavia, ao falhar em se eleger deputado classista em 1935 e em função da interferência governamental na instituição, renunciou a sua presidência. Este é o mesmo motivo que o leva a se exonerar do posto de Secretário Geral de Finanças dias após ser nomeado pelo interventor Henrique Dodsworth (1937-1939) em 1937. Permaneceu o restante da sua vida vinculado à ACRJ, tornando-se seu sócio benemérito e sendo o responsável pelo projeto de construção de sua sede, o Palácio do Comércio.
Foi também membro da diretoria do Centro do Comércio do Café; do Partido Economista Brasileiro; da Comissão da Dívida Flutuante; do Conselho Federal do Comércio Exterior; do Conselho de Contribuintes; da diretoria do Banco do Comércio; presidente da Federação das Associações de Comerciantes do Brasil; fundador da Cia. Brasileira de Armazéns Gerais S/A; do Conselho Nacional do Petróleo nos anos 1939-40; do Clube Carioca; do Clube de Engenharia; e da Associação dos Proprietários de Imóveis, onde participou ativamente dos protestos contrários à Lei do Inquilinato de 1956.
Aposentado desde 1966, seu óbito se deu em 03/06/1989, no Rio de Janeiro.
Caio Mathias