PIRAGIBE, João Alfredo
Intendente de Instrução e Estatística / Higiene / Justiça (interino) / Patrimônio (interino)

Nascido em 09/06/1847, João Alfredo Piragibe era filho do ilustre General José Piragibe, e de Cândida Joaquina da Costa Piragibe. Médico, formou-se pela Faculdade do Rio de Janeiro, atuando mais tarde como cirurgião da Guarda Nacional.

Na vida política, foi vereador da Câmara Municipal do Distrito Federal em 1884. Ingressou em 1890 no 3º Conselho Municipal de Intendência do Distrito Federal, assumindo entre 1890 e 1891 as Intendências de Instrução e Estatística, de Higiene, e ainda, interinamente, as Intendências de Patrimônio e de Justiça.

Como Intendente, criou grupos de estudos para compor um projeto de posturas sobre o comércio de leite. Apresentou, em outubro de 1890, junto dos intendentes Augusto de Vasconcellos e Joaquim de Lamare, projeto, posteriormente aprovado, sobre o fechamento das casas de negócios aos domingos, abrindo-se exceção para tavernas, que funcionariam até as 6 horas da tarde e às farmácias, hotéis, casas de pasto, confeitarias, padarias, botequins, cafés, bilhares e açougues, que poderiam ficar abertos durante todo o dia.

Na intendência de Higiene, assinou, em agosto de 1890, projeto de postura sobre chiqueiros, que definia que “nas paróquias do Sacramento, S. José, Candelária, Santa Rita, Glória, Lagoa, S. Cristóvão, Engenho Velho e Engenho Novo, não [era] permitido ter chiqueiros para a criação ou depósito de porcos, exceto nos matadouros licenciados pela municipalidade”, prevendo multas para aqueles que desrespeitassem a lei, revogando assim a postura anterior, datada de 05/12/1876. Em Outubro de 1890, junto a Augusto de Vasconcellos e Joaquim de Lamare, formou a comissão encarregada de propor medidas para controle da venda de carne durante a crise de fornecimento.

Em julho de 1891 foi nomeado reitor do Ginásio Nacional, exonerando-se, assim, do Conselho de Intendência.

Autor de diversas obras, em 1881 publicou A primeira página da história da vacina no Brasil, que conta como foi introduzido o uso da vacina no país e as suas vantagens para a humanidade. Membro da Academia Nacional de Medicina, obteve nela cargos de Secretário, Orador e Vice-presidente. Também bacharel em letras pelo Colégio Pedro II, tornou-se posteriormente vice-presidente do Instituto de Bacharéis em Letras. Foi membro do Instituto Histórico Geográfico Brasileiro e Cavaleiro da Ordem de Cristo, de Portugal.

Faleceu no dia 13/07/1897, no Rio de Janeiro, vítima de uma lesão cardíaca. Foi enterrado no cemitério São Francisco de Paula, deixando a esposa,  Cândida Ferreira Piragibe, e filhos. Em razão de sua morte, o internato que dirigiu durante 6 anos suspendeu suas aulas por três dias e o seu corpo administrativo permaneceu em luto por oito dias.

 

José Ygor Silva Pena

Luiza Ferreira

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