JARDIM, Renato Maurity
Diretor Geral de Instrução Pública Municipal

Renato Maurity Jardim nasceu no dia 09/11/1867 em Resende, no Rio de Janeiro. Cursou o primário em sua cidade natal, nos colégios Galvão e São Carlos.

Mudou-se para o interior de São Paulo em 1889, onde seu pai adquiriu terras. Iniciou sua carreira política como vereador no município de Batatais e, em 1900, ocupou o cargo de intendente municipal. Transferiu-se para Ribeirão Preto em 1905, onde exerceu o cargo de vereador por dois mandatos.

Renato Jardim diplomou-se pela Escola Normal de São Paulo.  Integrou o primeiro corpo docente do Ginásio do Estado de Ribeirão Preto (atual escola Otoniel Mota), inaugurado em 1907, onde lecionou Geografia. A partir de 1917 assumiu a direção da escola secundarista.

Em 1916, participou da Liga Nacionalista de São Paulo, organização fundada por Olavo Bilac que tinha como bandeiras o serviço militar obrigatório e a educação cívica patriótica.

Durante o Governo de Washington Luís em São Paulo (1920-1924), foi nomeado diretor da Escola Normal da Capital paulista. Na reunião de fundação da Sociedade de Educação de São Paulo em 1922, Renato Jardim foi eleito seu vice-presidente. Com a sucessão do presidente do Estado de São Paulo, Renato Jardim passou a chefiar a Diretoria de Tomada de Contas do Tribunal de Contas de São Paulo (04/1924 – 11/1926).

Em novembro de 1926 foi convidado por Antônio Prado Júnior (1926-1930), então Prefeito do Distrito Federal, a assumir a função de Diretor Geral de Instrução Pública Municipal do Rio de Janeiro. No cargo, fez diversas críticas à organização do ensino do Distrito Federal por suas reformas feitas por indivíduos sem formação na área, atendendo a interesses particulares. Em dezembro de 1926, encaminhou um relatório ao Prefeito Prado Júnior lamentando o péssimo estado das instalações das escolas públicas. Tendo sido nomeado Tesoureiro da Caixa de Estabilização, exonerou-se do cargo de Diretor Geral de Instrução Pública em 17/01/1927, e indicou Fernando de Azevedo para substituí-lo no posto. Neste mesmo ano, foi nomeado Ministro do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo.

Em 1928 foi eleito presidente da Sociedade de Educação, realizando a filiação da entidade à Associação Brasileira de Educação. Logo iniciaram-se os conflitos políticos e Jardim foi considerado inapto por ter assumido função no Tribunal de Contas. A crise levou à demissão coletiva de diretores da sociedade.

Era filiado ao Partido Republicano Paulista. Com a Revolução de 1930 e a ascensão da Aliança Liberal, o PRP perdeu praticamente toda sua força política. Tendo como bandeiras a reconstitucionalização do país e a autonomia de São Paulo, o PRP se uniu ao Partido Democrático de São Paulo, formando a Frente Única Paulista. Visando renovar e manter o Partido Republicano Paulista, uma ala formada por integrantes mais jovens, da qual Jardim fazia parte, funda, em finais de 1932, a Ação Nacional, bloco vinculado ao PRP. Desligou-se do grupo em 12/07/1933 por divergências com a diretoria. No ano seguinte, em 12/03/1934, Renato Jardim foi preso durante comício realizado na Praça do Patriarca, centro de São Paulo. A manifestação era contrária à candidatura de Getúlio Vargas.

Após esse período, se debruçou sobre as questões relativas à educação e à psicanálise.  

Renato Jardim faleceu no dia 24/03/1951, em São Paulo.

 

José Ygor

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