FONSECA, Delso Mendes da
Diretor de Engenharia

Delso Mendes da Fonseca nasceu em Floriano, no Estado do Piauí, em 22/11/1899. Estudou no Colégio Militar do Rio de Janeiro e na Escola Militar do Realengo. Formou-se em engenharia industrial e de armamento pela Escola de Engenharia Militar, e em engenharia geográfica e civil pela Escola Politécnica.

Em fevereiro de 1917 assentou praça. Tornou-se aspirante a oficial de artilharia em dezembro de 1919 e,  no ano seguinte, foi promovido a segundo-tenente, servindo no Forte de Copacabana. Por decreto de 07/05/1921,foi elevado ao posto de primeiro-tenente.

Durante o conturbado processo de sucessão do presidente Epitácio Pessoa, em que Hermes da Fonseca teve sua prisão decretada, uma série de levantes militares ocorreram em julho de 1922. No dia 5 daquele mês, Delso Mendes da Fonseca, junto a Antônio de Siqueira Campos, Eduardo Gomes, Silvino Elvídio Bezerra Cavalcanti, Tales de Azevedo Vilas Boas e outros, articularam um levante no Forte de Copacabana. O movimento, que opunha-se à posse de Artur Bernardes, teve o apoio da Escola Militar e da Vila Militar. Delso da Fonseca não chegou a participar da conhecida marcha dos 18 do Forte por Copacabana, pois combatia elementos da cavalaria legalista na região do Leblon. Dominado o movimento, Delso entregou-se e foi preso na Ilha Grande.

Escapou da prisão em 1925. Participou de outros levantes nos anos seguintes, como a tomada do quartel do 3º Regimento de Infantaria, na Praia Vermelha, e a Coluna Leonel Rocha, ocorrida no Paraná e em Santa Catarina.

Em 03/10/1930, quando eclodiu a revolução que culminaria no golpe de Estado contra Washington Luís, Delso da Fonseca integrava o comando de ação militar em Minas Gerais. Após a rendição do 12º Regimento de Infantaria, Delso Mendes da Fonseca assumiu a chefia do estado-maior. Com a instalação do Governo Provisório de Vargas, Delso retornou ao Rio de Janeiro, sendo promovido a capitão e assessor de Juarez Távora, então chefe da Delegacia do Norte.

Durante o governo Pedro Ernesto, Delso Mendes da Fonseca exerceu o cargo de Diretor de Engenharia (03/10/1931 – 14/06/1934). A relação entre Delso e o prefeito remonta ao período dos movimentos tenentistas. Pedro Ernesto era simpatizante dos oficiais revolucionários, tendo oferecido refúgio a Delso da Fonseca em três ocasiões em que esteve foragido.

Com a eclosão da Revolução Constitucionalista em julho de 1932, Delso da Fonseca foi para Belo Horizonte combater junto às forças legalistas. Durante a ocasião, foi substituído por Julião Martins Castelo no cargo de Diretor de Engenharia. Em sua gestão, criou-se a Revista da Diretoria de Engenharia (posteriormente renomeada Revista Municipal de Engenharia) e abriu-se o primeiro concurso público para engenheiros da Prefeitura do Distrito Federal. Com uma equipe de engenheiros, a Prefeitura do Distrito Federal passou a revogar a prática de licitação por concorrência pública para a elaboração de projetos. Um dos projetos organizados pelo corpo de engenheiros da Prefeitura nesse período foi o de uma linha subterrânea circular com 13 estações na região central do Rio de Janeiro. O projeto não chegou a ser executado à época, pois nenhum concorrente manifestou-se durante os dezoito meses em que esteve aberta a concorrência pública. Delso Mendes da Fonseca exonerou-se do cargo de Diretor de Obras e Viação em 14/06/1934.

Transferiu-se para Paris em 1936, como chefe da missão militar brasileira na França. Na Europa, foi promovido a major em 1937, a tenente-coronel em 1941 e coronel em 1944. Com o fim da 2º Guerra Mundial, em 1945, Delso Mendes retornou ao Brasil. Já no posto de General de brigada, assinou o manifesto dos generais pela deposição de Getúlio Vargas em 1954.

Faleceu no dia 05/01/1984, em Teresina, capital do Piauí. Foi casado com Beatriz Cavalcanti da Fonseca.

 

José Ygor

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