MORAES, Eduardo José de
Intendente de Obras / Matadouro

Eduardo José de Moraes nasceu na Bahia, em 30/05/1830. Bacharel em Matemática e Ciências Físicas, foi também Engenheiro Geógrafo e Civil pela Escola Central do Império. Assentou praça no Corpo de Engenheiros do Exército em 07/02/1857, sendo promovido a alferes aluno em 14/03/1858. Posteriormente, ascendeu ao posto de 1º Tenente do Corpo de Engenheiros. Combateu na Guerra do Paraguai, sendo condecorado com a medalha de Campanha do Paraguai e com a de Mérito à Bravura Militar. Em 13/08/1890 foi também agraciado como cavaleiro da Ordem de Aviz.

Em 1869, publicou Navegação interior do Brasil, projeto que ficou conhecido como Plano Moraes. O projeto visava a integração do país através da unificação de bacias hidrográficas por uma rede de navegação fluvial, e estradas que ligavam o litoral (Rio de Janeiro, Salvador e Recife) à bacia do Rio São Francisco. Com o intuito de melhorar a comunicação entre as províncias, chegou a propor a transferência da Corte Imperial para o interior, à beira do rio São Francisco. Atuou como engenheiro chefe da Estrada de Ferro de Paulo Affonso e fiscal do governo junto à companhia Inglesa da Via Férrea que ligava Santos à Jundiaí.

Em 07/03/1890, o então Tenente-coronel foi nomeado Intendente Municipal do Distrito Federal, assumindo as pastas de Obras e de Matadouro até 11/08/1890. Nesta última, aconselhado pelo Intendente de Higiene José Félix da Cunha Menezes, foi o responsável por promover melhoramentos ao fornecimento de carne verde no Distrito Federal. Desta forma, o abate dos animais começou a acontecer logo ao amanhecer e não mais pela madrugada, como era anteriormente, sendo problemática a questão da iluminação, que impedia que o responsável pelo abate percebesse a qualidade da carne. Também acordou com a administração superior da Estrada de Ferro Central o auxílio de dois translados de trem diários para minimizar o tempo decorrente da entrega desta carne, que vinha de Santa Cruz, o bairro mais afastado do centro da cidade, onde se encontrava o matadouro neste momento, para a região de São Diogo, atual Cidade Nova.

Ainda como Intendente de Matadouro, trabalhou no sentido de regulamentar a atuação em Santa Cruz. Verificou que pouca rejeição era feita pelos médicos às reses, que muitas vezes estavam acometidas por doenças como tuberculose, inflamações e etc., sendo este um indicativo dos motivos da má qualidade da carne que chegava em São Diogo e acabava sendo rejeitada pelos marchantes, contribuindo assim para a crise de abastecimento vivida na Capital Federal. Concomitante às ações do Intendente de Matadouro, o Presidente do Conselho – Ubaldino do Amaral –, decidiu autorizar a publicação dos Boletins de Matadouro e de São Diogo e de outros dados sobre a questão, para a ciência e esclarecimento da opinião pública.

O então General de Brigada faleceu no dia 27/04/1895, na Cidade do Rio de Janeiro, sendo enterrado no Cemitério do Caju. Foi casado com Eulália de Moraes Cortez.

 

José Ygor Silva Pena

Luiza Ferreira

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