Uma das figuras mais importantes do contabilismo brasileiro, Francisco D’Auria nasceu em 16/07/1884, na cidade de São Paulo, filho de Nicolao D’Auria e Roza Ferlozia. Foi casado com Angelina Rocco D’Auria, e, em segundas núpcias, com Inês D’Auria.
Após as primeiras letras no Liceu de Artes e Ofícios e na Escola Politécnica de São Paulo, cursou a Escola de Comércio de São Paulo ‘’Alvares Penteado’’.
Adentrou a Fazenda do Estado de São Paulo via concurso público em 1905, tornando-se responsável por alterações no escriturário do tesouro do estado e do tesouro nacional realizadas na década seguinte. Foi então designado Diretor Geral da Secretaria da Fazenda e do Tesouro do Estado de São Paulo, em 1921, e Contador Geral da República, entre 1923 e 1928, deixando o cargo em função de uma polêmica instaurada entre o presidente Washington Luís e o senador João Lyra. Após compor comissão no estado da Paraíba, foi nomeado por Adolpho Bergamini (1930-1931) para chefiar a Diretoria Geral da Fazenda Municipal do Distrito Federal – órgão posteriormente renomeado para Secretaria Geral da Fazenda – em dezembro de 1930, sendo exonerado em setembro do ano seguinte com a substituição de Bergamini por Pedro Ernesto (1931-1934) como interventor do Distrito Federal. Foi então membro do Conselho Técnico de Economia e Finanças do Ministério da Fazenda e um dos responsáveis pela padronização contábil entre o estado de São Paulo e os municípios que o compõe. Ocupou então postos na administração do estado de São Paulo, tornando-se Contador Geral a partir de 1940 e Secretário da Fazenda a partir de 1943. Foi também Secretário da Fazenda do município de São Paulo em 1950, durante o mandato de Lineu Prestes (1950).
Concomitantemente à sua carreira no serviço público, D’Auria se dedicou à docência, lecionando na Escola de Comércio de São Paulo ‘’Alvares Penteado’’, na Escola Técnico Comercial do Instituto Brasileiro de Contabilidade, e na Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo, onde recebeu o título de catedrático. É também autor de diversas obras de destaque, influenciando gerações de contabilistas brasileiros.
Ao longo de sua trajetória, contribuiu em diversas iniciativas para a organização e afirmação da categoria dos contadores, sendo membro fundador do Instituto Brasileiro de Contadores Fiscais, em 1916; criador do Registro Nacional dos Contabilistas Brasileiros, em 1925; presidente do Instituto da Ordem dos Contabilistas do Estado de São Paulo (IOCESP); presidente do Instituto Paulista de Contabilidade; fundador e presidente do Sindicato dos Contabilistas de São Paulo; membro da Ordem dos Contadores do Rio de Janeiro; membro da Academia Paulista de Contabilidade; fundador e editor da Revista Brasileira de Contabilidade; e um dos responsáveis pela adoção do 25 de abril como dia do contabilista. Recebeu também os títulos de membro da The Econometric Society, de New Haven nos Estados Unidos da América; sócio correspondente da Societé de Comptabilité de France; e Contador Emérito das Américas.
Faleceu no dia 06/02/1958, aos 74 anos, em São Paulo. Após reivindicação da categoria dos contabilistas, foi nomeada na capital paulista uma praça no bairro de Jardim Pereira Leite em sua homenagem.
Caio Mathias