CORREIA, Leôncio
Diretor Geral de Instrução Pública Municipal

Filho de João Ferreira Correia e de Carolina Pereira Correia, e sobrinho de Boaventura Clapp e de Ildefonso Pereira Correia – o  barão de Serro Azul -, Leôncio Correia nasceu na cidade de Paranaguá (PR), em 01/09/1866.

Transferiu-se para a Capital do Império a fim de concluir seus estudos primários, tendo se formado pelo Colégio Pedro II, onde retornaria, anos mais tarde, como Diretor. Doutorou-se em Direito, sem, no entanto, ter chegado a exercer a profissão. A despeito da carreira advocatícia, assumiu, num primeiro momento, a cadeira de Professor de História Universal da Escola Normal do Rio de Janeiro, chegando a passar, ao longo de sua vida, pela direção de importantes instituições como a Imprensa Nacional e o Diário Oficial. Grande entusiasta da República e tributário da causa abolicionista, defendeu veementemente suas ideias através da imprensa. Fundador dos periódicos paranaenses 15 de Novembro e Diário do Comércio, e o carioca Folha Popular, Leôncio Correia também teve parte em publicações como o Club Curitibano, Cenáculo, Cidade do Rio, Vida Moderna e O País. Paripassu à carreira jornalística, dedicou grande parte de sua vida à literatura e à poesia, sendo um dos nomes mais proeminentes da passagem do século XIX para o XX. Devido a seu destaque, integrou a Academia Paranaense de Letras, a Academia Carioca de Letras, a Federação das Academias de Letras, o Instituto Brasileiro de Cultura, e o Instituto Histórico e Geográfico do Paraná, entre outras.

Sua produção literária abrange obras como Barão do Serro Azul, A Boêmia do Meu Tempo (crônica), Evocações (crônicas), Frauta de Outono (poesia), Panóplias (crônicas), Perfis (sonetos), A Verdade Histórica sobre o 15 de Novembro, Meu Paraná (crônicas e versos), Vultos e Fatos do Império e da República (ensaio).

Outro local de intensa participação do autor foi na administração pública. Já nos anos iniciais da República, em 1892, assumiu dois mandatos consecutivos como Deputado Estadual do Paraná, elegendo-se, ao fim deste, Deputado Federal (1897-1899) pelo mesmo estado, quando de seu retorno ao Rio de Janeiro. Em maio de 1907, foi nomeado para assumir o cargo de Diretor da Instrução Pública do Distrito Federal, onde permaneceu até 1909. Ainda no campo da educação, teve exercício na direção dos Ginásios Fluminense, em Petrópolis (RJ), e Nacional.

Curiosidades pertinentes sobre o autor são sua devoção à bandeira nacional, tendo sido o responsável por instituir, enquanto Diretor da Instrução Pública, a Festa da Bandeira nas escolas; e a cogitação de seu nome em meio às controvérsias suscitadas recentemente em torno da autoria do livro Para a História, cuja narrativa discorre acerca de uma das impressões possíveis da Revolução Federalista (1893-1895).*

Era membro do Conselho da Associação Espírita Obreiros do Bem, alçando a presidência da Liga Espírita do Brasil entre os anos de 1939-1942. Por ocasião do cinqüentenário da República, em 1939, foi Presidente de honra do 1º Congresso Brasileiro de Jornalistas Espíritas, realizado na Associação Brasileira de Imprensa.

Faleceu no Rio de Janeiro em 09/06/1950. Em memória e homenagem de sua trajetória intimamente relacionada com as letras e educação, foi construído o Instituto Leôncio Correia, estabelecimento voltado para o ensino primário, que fica localizado na Rua Jardim Botânico (RJ). Além do Instituto, o bairro do Leblon conta com uma rua batizada com seu nome.

 

Amanda Vilela.

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