CARNEIRO LEÃO, Antônio
Diretor Geral de Instrução Pública Municipal

Filho de Antônio Carlos Carneiro Leão e Elvira Cavalcanti de Arruda Câmara Carneiro Leão, Antônio Carneiro Leão nasceu em 02/07/1887, em Recife, PE.

Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito de Recife, doutorou-se em Filosofia, disciplina a qual exerceu magistério durante 3 anos na mesma instituição. Professor emérito da Faculdade de Filosofia da Universidade do Brasil, onde ministrava a disciplina de Administração Escolar e Educação Comparada, ocupara também a cátedra de Administração da Escola do Instituto de Educação do Distrito Federal, além de lecionar no Colégio Pedro II e em universidades nos Estados Unidos, França, Argentina e Uruguai.

No Rio de Janeiro, continuou expressando sua preocupação com a educação através da administração pública. Em 1922, nomeado para o cargo de Diretor Geral da Instrução Pública Municipal, lançou mão de reformas embrionárias do que viria a ser seu maior projeto em vida, a restauração do ensino com bases estatais. A modernização do sistema educacional em curso em alguns países europeus inspirou um movimento de estudiosos que integravam a Associação Brasileira de Educação (ABE), conhecido como Escola Nova que, por sua vez, reivindicava um novo modelo escolar capaz de  garantir a qualidade do ensino ofertado. “Sempre pensei que a administração pública deveria dar a todos, sem distinção de classes sociais, uma cultura e uma educação mínima, indispensáveis à vitória na luta pela vida”, assertiva do autor que confirma as propostas do movimento defendido.

Acompanhando esse projeto, Carneiro Leão fundou no Rio de Janeiro, entre 1923 e 1926, 20 escolas com nomes das 20 repúblicas americanas, além da Escola Portugal. Três anos mais tarde, chamado para exercer a ocupação de Secretário de Justiça, Educação e Interior do Estado de Pernambuco, dedicou-se à reformulação do ensino normal e público pernambucano, sendo atribuída ao seu mandato a inclusão da cadeira de Sociologia no currículo básico, com o devido acompanhamento de Gilberto Freire. Ocupou ainda a direção do Instituto de Pesquisas Educacionais da Prefeitura do Distrito Federal durante a gestão de Anísio Teixeira (1934), e do Centro Brasileiro de Pesquisas Pedagógicas da Universidade do Brasil, do qual era cofundador.

Na imprensa, foi colaborador de periódicos os mais diversos com sedes em Recife, São Paulo e Rio de Janeiro, dentre os quais destacam-se O Estado de São Paulo, O Correio Paulistano, Jornal do Comércio do Rio de Janeiro, e Jornal do Recife, além de revistas voltadas para a temática educacional e sociológica. Fundador e diretor de O Economista, participou da redação do suplemento literário “Autores e Livros”, do jornal A Manhã.

Membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, do Instituto de França, da Real Academia Espanhola, da Academia das Ciências de Lisboa, entre outras, Antônio Carneiro Leão recebeu ao longo de sua vida o título de doutor honoris causa por diversas instituições latino-americanas, como a Universidade Autônoma do México. Eleito, em 1944, para compor a Academia Brasileira de Letras, na sucessão de Clóvis Beviláqua, recebeu também as honrarias internacionais de Oficial da Legião de Honra da França e da Ordem do Leão Branco da Tchecoslováquia.

Dentre sua vasta obra, com mais de 60 obras publicadas, figuram-se Educação (1909), O Brasil e a Educação Popular (1917), Os Deveres das Novas Gerações Brasileiras (1923), O Ensino das Línguas Vivas (1935), A Sociedade Rural, seus Problemas e sua Educação (1940), O Sentido da Evolução Cultural do Brasil (1946), e Panorama Sociológico do Brasil (1958).

Faleceu em 31/10/1966, no Rio de Janeiro, tendo o seu corpo velado na Academia Brasileira de Letras. Foi enterrado no Mausoléu dos Acadêmicos do cemitério São João Batista.

 

Amanda Vilela.

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