Filho do comendador José Joaquim do Carmo e de D. Maria Felícia da Conceição Leite Lobo, e irmão da Sra. Abigail de Beaurepaire Rohan – viúva do Coronel Luiz de Beaurepaire Rohan -, José Joaquim do Carmo nasceu em 27/08/1834. Casou-se em primeiras núpcias com Agueda Josephina da Veiga do Carmo, parente do ilustre Evaristo da Veiga, e, mais tarde, com Maria Magdalena da Silveira Carmo.

Após concluir os estudos secundários, bacharelou-se pela Faculdade de Direito de São Paulo aos vinte anos, retornando à corte imperial para abrir seu próprio escritório de advocacia e dedicar-se, concomitantemente, à magistratura. Durante o regime monárquico, filiou-se ao partido liberal moderado e, através das honras de amigo íntimo do imperador, alçou cargos políticos de prestígio, tais quais o de Presidente das províncias do Espírito Santo, Paraná e Pará, respectivamente, e diretor da Fazenda da ex-província do Rio de Janeiro, em 1865.

Fundador e diretor da Faculdade Livre de Direito da capital da nascente federação, residente na Escola Normal, em 1891, ao lado de nomes como Conselheiro França Carvalho, fez brilhante e duradoura carreira na área de educação. Convidado amiúde a participar de comissões examinadoras para preenchimento de cargos de magistério, além de ter integrado a comissão de Instrução Pública, responsável por emitir parecer sobre o ensino com vistas à posterior reforma curricular empreendida pelo Barão de Macahubas, em 1893, tornou-se membro da Comissão Inspetora de Correção. No ano seguinte, ocupou, primeiro interinamente, o cargo de Diretor da Instrução Pública Municipal, onde permaneceu durante um ano.

Reitor do externato do então Collegio Nacional e ex-diretor do Colégio Pedro II, de 1880 a 1888, compôs o corpo docente de importantes instituições científicas e literárias, como, por exemplo, a Escola Polytechnica, onde assumiu as cátedras de Filosofia e Latim; e o Gymnasio Nacional, enquanto lente interino da disciplina de História Universal, em substituição ao Dr. José Bonifácio Burlamaqui de Moura.

Vale ressaltar sua relevante contribuição tipográfica, com publicações em periódicos como A Reforma e A Tribuna.

Recebeu a cruz da Ordem da Rosa por serviços prestados na Guerra do Paraguai, além das honras do Coronel honorário do Exército. Foi sócio correspondente da Sociedade de Geographia de Lisboa.

Afastou-se da administração pública e do magistério vitimado por uma arteriosclerose generalizada, que culminou em seu falecimento em 16/08/1915, no Rio de Janeiro.

Amanda Vilela.