De tradicional família mineira, filho do juiz Jacinto Álvares da Silva Campos e de Azejúlia de Sousa e Silva, Francisco Luís da Silva Campos nasceu em Dores do Indaiá (MG), em 18/11/1891. Foi casado com Lavínia Ferreira da Silva, mãe de suas duas filhas, relacionando-se posteriormente com Margarida Leite.
Foi quando do afastamento de Anísio Teixeira da Secretaria Geral de Educação e Cultura, após os levantes de fins de 1935 propagados pela Aliança Nacional Libertadora (ANL), que Pedro Ernesto se viu compelido a escolher Francisco Campos para esta pasta. Um nome de destaque nos setores conservadores do país, e em função das reformas educacionais que havia realizado enquanto Secretário do Interior de Minas Gerais (1926-1930) e como Ministro de Educação e Cultura (1930-1932), sua gestão se pautou e se justificou pela reversão das medidas de seu antecessor na municipalidade. Foi por esta razão que se manteve no cargo durante a administração de Olímpio de Mello (1936-1937), após a detenção de Pedro Ernesto.
A reorganização da educação carioca por Campos começou pelo que foi talvez o grande projeto de Anísio Teixeira e o maior desafeto dos setores ligados ao catolicismo e à direita: a Universidade do Distrito Federal. Sob a gestão de Campos, a UDF foi descaracterizada – com a escolha de Afonso Pena Júnior para reitor -, e desmontada. Este processo culminou, em 1939, com a dissolução final da universidade, com algumas de suas faculdades sendo integradas à Universidade do Brasil, tal como desejava o então Ministro de Educação e Cultura Gustavo Capanema, e outras sendo simplesmente dissolvidas.
Também o ensino primário foi alvo de reorganizações administrativas. O ensino religioso, grande contenda educacional do período, foi regularizado. Da mesma forma foram convencionados os parâmetros de funcionamento do ensino privado. Houve também a separação do ensino secundário e técnico em dois ciclos diferenciados e com objetivos distintos, além da extinção do terceiro turno escolar. Por fim, foi mantida a política de ampliação dos quadros técnicos e docentes da municipalidade, além da entrega das obras de diversas escolas iniciadas na gestão antecedente.
Já envolvido no conluio para a implementação do Estado Novo, Francisco Campos passou os últimos momentos à frente desta secretaria redigindo o que viria a ser a Constituição de 1937. Instaurado o novo regime, tornou-se Ministro da Justiça, exonerando-se da Prefeitura do Distrito Federal.
Vitimado por uma embolia cerebral, seu falecimento se deu em 01/11/1968, em Belo Horizonte, onde foi sepultado no cemitério do Bonfim.
Para maiores informações, ver:
CAMPOS, Francisco Luís da Silva. Verbete/FGV-CPDOC. Disponível em:
<http://www.fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/verbete-biografico/francisco-luis-da-silva-campo> Acessado em 19/01/2018.
Caio Mathias