CALDEIRA, Pedro Soares
Inspetor de Mata Marítima e Pesca

Pedro Soares Caldeira nasceu em Portugal, em 20/02/1834, vindo ainda jovem para o Rio de Janeiro. Em sua adolescência dedicou-se à imprensa, começando na carreira no Diário do Rio de Janeiro como auxiliar. Posteriormente foi promovido ao cargo de redator comercial do jornal, onde permaneceu por quinze anos.

Durante a Guerra do Paraguai foi correspondente do Imperador D. Pedro II. Tinha rápido acesso às informações ocorridas no conflito devido ao seu contato com o redator do Telegrapho Marítimo, o jornalista uruguaio Bucia.

Após a extinção do Diário do Rio de Janeiro, em 1878, Pedro Caldeira ingressou no Jornal do Commercio como auxiliar do setor comercial. Também atuou na imprensa como defensor de questões ambientais da cidade Rio de Janeiro, tendo publicado em 1884 o livro “O Corte do Mangue”, em que debate problemas ambientais, sanitários e políticos associados ao corte do manguezal. Pelo reconhecimento de seu trabalho de defesa do meio ambiente, foi nomeado para o cargo de Inspetor de Mata Marítima e Pesca em 15/08/1893. Durante seu mandato, uma das medidas tomadas foi a replantação de parte dos manguezais do recôncavo da Baía de Guanabara e a regulamentação da pesca no litoral fluminense.

Em 1889 publicou “Questões de higiene e de alimentação”, uma compilação de seus artigos publicados no Jornal do Commercio. Dentre os temas abordados estavam o desmatamento da mata atlântica, a poluição da lagoa Rodrigo de Freitas, além de questões de higiene urbana como saneamento e cemitérios.

Fez parte do Conselho Fiscal da Companhia Agrícola, de Viação, Constructora e Industrial de Inhaúma e Irajá, e junto à Comissão Rural, organizou os trabalhos de desobstrução do canal da Pavuna.

Faleceu no dia 18/04/1898 no Rio de Janeiro, tendo sido enterrado no cemitério S. Francisco Xavier.

 

José Ygor

Fontes

Palavras-chave