Filho de José da Silva Braga e Hercília Pereira Braga, Edgard Pereira Braga foi casado com Hilda Braga Pereira. Estudou no Colégio Pedro II e formou-se engenheiro na década de 1920.

Iniciou sua carreira como servidor público em 1931, como auxiliar técnico da Inspetoria de Águas e Esgotos da prefeitura do Rio de Janeiro, a qual chefiaria a partir de 1936. Também atuou como empresário na década de 1940, oferecendo serviços de “açudagem e regularização de cursos d’água; sistemas de irrigação e hidroelétricos; e barragens e reservatórios”.

É nomeado diretor do Departamento de Águas e Esgotos do município em 1945, momento em que a cidade do Rio enfrentava dificuldades para lidar com o abastecimento de água. Como diretor, participa da criação de diversos projetos que pretendiam solucionar o problema. O principal deles, segundo o próprio Edgard Pereira Braga, era o de adução do Rio Ribeirão das Lages, formulado pelo engenheiro Henrique de Novaes. Além dele, chama atenção o projeto de construção de diversos trechos adutores do Rio Guandu, divulgado em 1952. Como a prefeitura do Distrito Federal possuía muitas dificuldades orçamentárias, vários desses projetos não chegaram a sair do papel ou tiveram suas obras paralisadas inúmeras vezes. Nesse cenário, Edgard Pereira Braga decide pedir exoneração da diretoria em maio de 1953.

Quase um ano depois, em maio de 1954, ele volta ao Departamento de Águas e Esgotos, mas a situação piora depois de seu retorno: ele é acusado de corrupção por políticos e por diversos setores da imprensa no mesmo período em que uma adutora do Rio das Lages estoura e a falta d’água se agrava. Ainda assim, Pereira Braga era visto com bons olhos pelo prefeito Negrão de Lima, e é designado para ocupar interinamente (apenas por um mês) o cargo de Secretário-Geral de Viação e Obras Públicas em 1956. Com a crise financeira assolando a prefeitura, a câmara dos vereadores exige do prefeito uma mudança geral no secretariado para que fosse aprovado um pedido de empréstimo ao governo estadunidense. Então, em 1957, Edgard Pereira Braga deixa definitivamente a diretoria do Departamento de Águas e Esgotos, afirmando que fora injustiçado.

Após a saída, ele assume a diretoria do hipódromo do Jockey Club, mantendo-se nessa função até 1960, ano em que passa a coordenar a “operação tapa buraco” pela prefeitura. Esta operação consistia em atender queixas de moradores acerca da condição do asfalto por toda a cidade. Já em 1967, torna-se diretor-presidente da empresa Construções e Saneamento S.A., (CONSA) e passa a se dedicar quase inteiramente ao ramo empresarial.

Faleceu em outubro de 1983.

Rafael Martins de Araujo