BATISTA, Álvaro
Diretor Geral de Instrução Pública Municipal

Filho de Felisberto Batista da Costa e de Henriqueta de Sá Batista, Álvaro Batista nasceu em 11/11/1858, na cidade de São Borja, RS. Agrimensor pela Escola Militar de Porto Alegre, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde formou-se em Medicina, em 1882.

Álvaro Batista participou ativamente das efervescências políticas que agitaram o Brasil no fim do século XIX e, alinhando-se aos discursos abolicionista e republicano, fundou, em 1878, o Clube Evolucionista ao lado de nomes como Augusto Ribeiro Guimarães e José Ferreira de Morais, e, no ano seguinte, o Clube 20 de Setembro. Também presidira o Clube Republicano de São Borja, tendo participado de congressos e movimentos orientados para o fim da monarquia e instauração de uma república federativa. Após a proclamação, inseriu-se na administração pública, dando sequência à tradição familiar, haja vista as carreiras de seu pai e irmão. Assumiu o cargo de Secretário do Interior do governo de Júlio Castilhos, atuando no sentido de mitigar os ânimos descentralizadores que irradiavam-se pelo estado riograndense durante a eclosão da Revolução Federalista (1893-1895). Membro do Partido Republicano Rio-Grandense, dedicou-se ao legislativo, sendo, inclusive, eleito Deputado pela Constituinte Estadual.

Ocupou, por indicação, a Secretaria dos Negócios da Fazenda no primeiro ano da gestão do governador do Rio Grande do Sul, Carlos Barbosa (1908-1913). Abandonou o cargo no ano seguinte e, em 1911, aceitou o convite para comandar a Diretoria Geral da Instrução Pública do Distrito Federal. Aos seus anos como diretor, deve-se a consecução da regulamentação do ensino profissional, que correspondia, por sua vez, ao plano geral de reforma do ensino primário. Em 1913, retorna ao legislativo e a sua cidade natal como Deputado Estadual, presidindo a Comissão de Finanças, e, posteriormente, como Deputado Federal. Reeleito por dois biênios consecutivos, 1918 e 1921, encerrou sua atuação na Câmara em 1929.

Álvaro Batista foi um grande entusiasta da imprensa nacional, a qual logrou associar a seus objetivos políticos de agitação e difusão de ideias para a jovem nação. Tendo começado como revisor do jornal O Globo, integrou, em São Borja, a redação dos jornais O Município e O Movimento. Foi responsável pela direção d’A Federação, publicação oficial e independente  do Partido Republicano Riograndense (PRR), ao qual era filiado. Ademais, chegou a fundar em 1894, ao lado de seu irmão Homero Batista, o periódico A República, por meio do qual, difundia suas ideias pacificadoras.

Ainda ao fim do conflito armado, dedicou-se à carreira médica, fundando a Sociedade Beneficente São Borjense, que viria a ser um hospital de caridade onde assumiu os postos de primeiro médico e diretor. Também fundou, agora seguindo sua vocação para a administração pública, um externato de ensino secundário e, em 1914, ao lado do Presidente Estadual Borges de Medeiros (1913-1928), a Sociedade de Amparo Mútuo dos Empregados Civis e Militares, Estaduais e Municipais.

Faleceu em agosto de 1933, no Rio de Janeiro, aos 75 anos.

 

Amanda Vilela.

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