AZEVEDO, Fernando de
Diretor Geral de Instrução Pública Municipal

Fernando de Azevedo nasceu em 02/04/1894, em São Gonçalo de Sapucaí, Minas Gerais. Era filho de Francisco Eugênio de Azevedo e de Sara Lemos Almeida de Azevedo. Foi casado com a professora Esmeralda Masson de Azevedo.

Cursou o ginasial no Colégio Anchieta, em Nova Friburgo e, posteriormente, ingressou no curso de Ciências Jurídicas e Sociais na Faculdade de Direito de São Paulo.

Começou a carreira docente como lente substituto de latim e psicologia no Ginásio Mineiro. Em seguida ministrou aulas de latim e literatura na Escola Normal de São Paulo.

Em janeiro de 1927, Fernando de Azevedo assumiu a chefia da Diretoria Geral de Instrução Pública do Distrito Federal. Atendendo às queixas de seu antecessor a respeito do mal estado das instalações educativas, Azevedo projetou e executou uma ampla reforma educacional no Rio de Janeiro. O projeto envolveu a extensão do ensino a todas as crianças, a criação de novas escolas, a instalação de um programa de assistência alimentar nos colégios e a criação da primeira Clínica Escolar do Rio de Janeiro (Oscar Clark). Exonerou-se em 24/10/1930, em razão da chegada de Getúlio Vargas à presidência da república.

Logo após a Revolução de 1930 e a criação do Ministério da Educação, Fernando de Azevedo fundou a coleção Biblioteca Pedagógica Brasileira, publicada pela Companhia Editora Nacional. A partir de sua quinta edição, a coleção passou a ser chamada Brasiliana.

Em 1932, redigiu o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova. O texto, assinado por 26 intelectuais incluindo nomes como Anísio Teixeira, Afrânio Peixoto e Cecília Meirelles, foi um marco do projeto de renovação educacional do país. O Manifesto defendia o ensino integral, público, laico, obrigatório e gratuito. No mesmo ano foi convidado pelo General Waldomiro Lima a ocupar o posto de Diretor Geral de Instrução Pública do Estado de São Paulo, assumindo a pasta em 1933. Durante seu mandato, promulgou o Código de Educação do Estado de São Paulo e atuou como professor e primeiro diretor do Instituto de Educação de São Paulo, posteriormente incorporado à da Universidade de São Paulo (USP).

Ocupando cátedra do Departamento de Sociologia e Antropologia da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP, foi um dos introdutores da obra de Émile Durkheim no Brasil. Seu livro Princípios da sociologia, de 1935, é uma das primeiras obras sobre a disciplina publicada no país. Em 1935 integrou a comissão fundadora da Sociedade Brasileira de Sociologia, sendo eleito primeiro presidente, cargo que ocupou até 1960. Foi também presidente da Associação Brasileira de Educação (1938), presidente da Sociedade de Escritores Brasileiros – Seção de São Paulo (1951-1956) e vice-presidente da International Sociological Association (1950-1953). Foi aposentado compulsoriamente da cátedra em 1964.

Teve mais duas passagens na administração pública: em 1945 foi nomeado secretário de Educação e Saúde do Estado de São Paulo, tendo pedido demissão após cinco meses no cargo; e, em 1961, também permaneceu por poucos meses no cargo de secretário de Educação e Cultura do município de São Paulo.

Fernando de Azevedo foi eleito para a Academia Brasileira de Letras (1968) – na vaga do professor Carneiro Leão – e para a Academia Paulista de Letras (1969). Sua vasta obra no campo da educação e sua militância em prol da democratização do ensino renderam-lha diversas premiações, como o Prêmio Machado de Assis da ABL (1943), o Prêmio de Educação Visconde de Porto Alegre (1964),  e o Prêmio Moinho Santista em Ciências Sociais (1971).

Faleceu no dia 18/09/1974, em sua residência no bairro do Pacaembu, São Paulo.

 

José Ygor

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